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sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Dos Ofícios de Clio: memória e patrimônio

O GT Acervos: história, memória e patrimônio da Associação Nacional de História, Seção RS, está completando, em 2007, 10 anos de existência. É composto por historiadore/as preocupados com as problemáticas ligadas à preservação do patrimônio cultural como um todo e com os acervos históricos, em particular. Embora não se possa dizer que nossos acervos estejam melhor cuidados por suas instituições mantenedoras, os 10 anos desse GT merece ser comemorado. O GT Acervos reúne um rol de ações realizadas em prol dos acervos no Rio Grande do Sul. Graças a ele e à ANPUH-RS o Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul recebeu uma sede definitiva no Memorial do Rio Grande do Sul, deixando de itinerar por diversos edifícios e de colocar o seu acervo em risco. Esse é apenas um exemplo do quanto o GT contribuiu e vem contribuindo nessa área. Para não deixar passar em branco, o GT realizará um seminário no dia 14 de dezembro, no qual será discutida a relação do ofício da história com as problemáticas da memória e do patrimônio. Confira o blog do GT em http://www.acervosrs.blogspot.com e a programação do evento:


quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Brincar é coisa séria!

Recebi de minha colega Alice Bemvenutti uma mensagem contendo o site do Projeto Bira, que leva as brincadeiras de criança com muita seriedade e vem desenvolvendo um lindo trabalho de pesquisa e socialização dos jogos e brinquedos das crianças ribeirinhas da Amazônia. Não pude deixar de me lembrar das minhas próprias brincadeiras de infância, como pular elástico, brincar de roda, carrinho de lomba. Todas quase sempre compartilhadas em grupo e brincadas no pátio de casa ou na rua. Fiquei pensando o quanto as brincadeiras mudaram nesse curto tempo (sou jovenzinha ainda! E para a história algumas décadas é quase nada). Um tempo em que a rua era extensão da casa, quando não havia videogames, nem internet e o máximo que se via na televisão era o Sítio do Pica-pau Amarelo. Não quero ser nostálgica, mas penso que nós, urbanóides do século XXI, temos muito que aprender com as crianças e as brincadeiras do passado e de outras regiões do Brasil.
Acesse http://www.projetobira.com/ e delicie-se com essa maravilha!
A autora do projeto também está lançando o livro "Giramundo e outros brinquedos e brincadeiras dos meninos do Brasil" da editora Terceiro Nome (www.terceironome.com.br).

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domingo, 7 de outubro de 2007

Museu Maravilha!

Corre no senso comum que a população brasileira pouco valor dá aos museus. Os museus no Brasil estariam muito longe de serem um divertimento da cultura de massas, tal como o são alguns museus norte-americanos. Também não poderiam ser considerados baluartes da construção identitária, como é o Museu Nacional de Antropologia do México. Sempre os exemplos estrangeiros impedindo-nos de mirar a nós mesmos, com nossos próprios olhos. Os museus podem não ser freqüentados por multidões o ano todo, mas quem negaria a imagem televisionada que mostrou milhares de pessoas visitando o Museu Paulista, popularmente conhecido como Museu do Ipiranga, no último 7 de Setembro. Para quem não sabe, lá está exposta a tela "O Grito" de Pedro Américo e o próprio prédio foi concebido como um monumento à Independência. Se isso não foi uma demonstração espontânea de patriotismo, não sei o que poderia ser (o desfile?). Agora, mais uma surpresa. O Museu Imperial de Petrópolis-RJ foi escolhido como uma das maravilhas do Rio de Janeiro. Confira trecho do texto de sua diretora, Maria de Lourdes Parreiras Horta:

"A classificação do Museu Imperial em quinto lugar entre as sete maravilhas do Estado do Rio de Janeiro veio consagrar um fato já conhecido de todos os moradores e visitantes da região serrana: o de que o antigo Palácio de verão do Imperador D. Pedro II é um dos grandes atrativos turístico-culturais do nosso país. Se Petrópolis, elevada à categoria de cidade há 150 anos, foi a cidade dos sonhos do Imperador e seu refúgio predileto, não imaginava o monarca que seu pequeno castelo serrano fosse ser tão popular, tantos anos depois de sua idealização e construção, pelo major de engenheiros Júlio Frederico Koeler (que deu nome à rua mais bonita do país, a Avenida Koeler). O Museu Imperial é um dos museus mais visitados do Brasil, recebendo em torno de 270 a 300 mil visitantes nacionais e estrangeiros a cada ano. Destes, em torno de 70 mil são escolares, que chegam diariamente para usufruir as belezas do Palácio, de suas importantes coleções, e aprender de modo interessante e lúdico um pouco sobre a nossa história."

Parece que precisamos aprender alguma coisa com nossos próprios museus e, principalmente, precisamos visitá-los.

Studium e as Africanidades no Brasil

A Revista Studiun (link nesse blog) venceu o edital
do Ministério da Cultura e promoverá edição especial sobre Representações Imagéticas das Africanidades no Brasil. Detalhes em
http://www.unicamp.br/unicamp/divulgacao/BDNUH/NUH_9053/NUH_9053.html

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Descoberto o laboratório fotográfico mais antigo do mundo

O Noticiero Histórico Fotográfico de la Sociedad Iberoamericana de Historia de la Fotografía de junho noticiou a descoberta na França do que seria o mais antigo laboratório fotográfico do mundo. Leiam a matéria na íntegra:

Descubren en Francia el laboratorio fotográfico más antiguo del mundo

Se acaba de descubrir cerca de Chalon-sur-Saone en Francia el laboratorio de uno de los primeros fotógrafos del mundo. El laboratorio estaba intacto tal cual lo había dejado su dueño, el daguerrotipista Fortuné Joseph Petiot-Grefier poco antes de su temprana muerte en 1855 probablemente causada por su persistente exposición a los venenosos vapores de mercurio. Este es el laboratorio más antiguo conocido hasta el momento (gracias a los recibos allí encontrados, los químicos han sido fechados en la temprana fecha de 1840-41) Hasta ahora sólo se conservaban de la etapa de los pioneros de la fotografía (Niepce, Daguerre, Talboy o Bayard) algunas cámaras de gran formato y unos pocos accesorios de sus equipos. Gracias a este increíble hallazgo hoy podemos conocer todos los químicos y utensilios de época utilizados en el cuarto oscuro para preparar las placas fotográficas y revelar las imágenes así como también los más de 400 libros consultados por el fotógrafo y las antiguas cámaras de gran formato, placas sin emulsionar y múltiples imágenes tomadas por el mismo Petiot Grefier. El laboratorio, que estaba ubicado en la mansión familiar del daguerrotipista, había permanecido cerrado con llave por más de 152 años por elección de sus descendientes, hasta que hace dos años, el ultimo de sus herederos decidió abrir ese cuarto olvidado por años en el segundo piso de la residencia y se encontró con el fantástico hallazgo. Fue entonces que se contactó con Pierre-Yves Mahé, fundador de la Maison Nicéphore Niépce en Saint-Loup de Varennes. Mahé se dirigió a la antigua casa de Petiot Grefier sin imaginar el sorprendente descubrimiento que le esperaba. "No le dí demasiada importancia al llamado en un principio", admite Mahé que ya se había topado antes con otras promesas de grandes hallazgos que habían resultado finalmente banales. Sin embargo, cuando finalmente la famosa puerta se abrió ante sus ojos, fue como viajar instantáneamente al pasado. "No sabía donde mirar", confía Mahé. "Había cientos de botellas de químicos, muchas de ellas aún llenas, cientos de obras, objetos por todos lados, la mayoría de ellos utilizados para la creación de imágenes en los dos primeros procesos fotográficos: el daguerrotipo y el colodión". Una vez pasado el shock, los responsables de la Maison Nicéphore Niépce realizaron un inventario completo de este tesoro, que aún no ha terminado de revelar todos sus secretos. "Todavía tenemos meses de estudio por delante", estimó Mahé.

Más información: http://www.niepce.com/pages/page-eve.html

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Sessão Pipoca: Narradores de Javé










Para aqueles que desejarem aquecer-se para a discussão sobre Memória, deixo aqui a dica do filme brasileiro Narradores de Javé. De forma bem-humorada, mergulhamos no universo dos contadores de historiadores, dos guardiões da memória coletiva e já não conseguimos mais distinguir entre mito e verdade, ficção e realidade (será isso relevante?).

Leiam a sinopse:
"Somente uma ameaça à própria existência pode mudar a rotina dos habitantes do pequeno vilarejo de Javé. É aí que eles se deparam com o anúncio de que a cidade pode desaparecer sob as águas de uma enorme usina hidrelétrica. Em resposta à notícia devastadora, a comunidade adota uma ousada estratégia: decide preparar um documento contando todos os grandes acontecimentos heróicos de sua história, para que Javé possa escapar da destruição. Como a maioria dos moradores são analfabetos, a primeira tarefa é encontrar alguém que possa escrever as histórias."

Vejam o filme e deixem aqui seus comentários. Vou adorar conhecer a opinião de vocês!

Se quiserem saber mais sobre o filme, acesse http://adorocinema.cidadeinternet.com.br/filmes/narradores-de-jave/narradores-de-jave.asp#Sinopse

Querem mais? Podem dar uma olhada no texto de nossa colega da Faced Maria Aparecida Bergamaschi, Narradores de Javé: a memória entre a tradição oral e a escrita no site
http://www.museu.ufrgs.br/admin/artigos/arquivos/NarradoresJave.doc

Isso não é só pipoca, é um banquete completo. Deliciem-se!

S

sábado, 9 de junho de 2007

Visita ao Museu da PUC

Na sexta-feira, sob neblina, fui com os alunos da turma B disciplina de História da Educação na Europa e nas Américas, do curso de Pedagogia da UFRGS, visitar o Museu da PUC. A atividade procura proporcionar aos estudantes o contato com instituições educativas, diferentes da escola. Meu foco foram os museus e o patrimônio e nessa linha venho trabalhando com os alunos esses lugares da educação não formal. O Museu de Ciência e Tecnologia da PUC é um diferencial, nesse aspecto. Um dos maiores museus de C&T da América Latina, tendo sido elogiado por profissionais internacionais renomados nessa área. Quem já o visitou sabe do que estou falando. O que é interdito nos museus tradicionais, como tocar os objetos, ali não só é permitido, como é condição para melhor aproveitar o que o museu oferece. São três andares repletos de experimentos interativos, dioramas, videos, aquário. O conhecimento de diversas ciências está ali contemplado e através da prática os alunos aprendem com prazer e alegria. Visitar o museu é uma diversão. Não é à toa que meu filho Lucca, de 5 anos, adora esse museu e o chama carinhosamente de "o meu museu", por ser, sem dúvida, o seu preferido. Os alunos e as alunas foram visitar o Museu da PUC, assim como visitarão outros museus na próxima semana, com o olhar voltado para a problemática da inclusão social, tema de trabalho do Seminário de Docência. Aguardemos para ver o resultado de suas análises. Mas fiquei também curiosa para saber a opinião de Marina, cinco anos, filha de Cristina, que visitou pela primeira vez o museu. Será que ela gostou?

P... e Princesas

Sensível a abordagem sobre a prostituição no filme Princesas, em cartaz no Guion. A começar pelo título. Princesas são tão sensíveis que não podem viver longe de seus reinos, padecem. Durante o filme, foi inevitável comparar com o brasileiro O Sonho de Suely. A exceção da trilha pontuada por Mano Chao e momentos mais leves, ambos representam de forma nua e crua o tema. Embora esta seja uma das profissões mais antigas, não tive como não pensar nos refugos da humanidade do sociólogo do mundo contemporâneo pós-globalização, Zygmunt Baumann. Refugo é, segundo ele, aquela parte dos seres humanos não incluída de jeito nenhum no sistema, como os refugiados. E as prostitutas, são também elas parte desse refugo? Uma das personagens sai da República Dominicana e continua em Madri seu ofício. Ali, a cidade e as zonas são áreas de conflito e de disputa da clientela. O ódio xenófobo exacerba-se diante de novas e diferenciadas ofertas colocadas no mercado. Há consumidores de todos os tipos. Não precisamos ver o filme para sabermos das diferentes hierarquias entre as horizontais (termo utilizado pela imprensa porto-alegrense, no século XIX, para as profissionais do sexo). É só observar na nossa própria cidade as diferenciações que marcam e territorializam o trottoir. Mesmo que em vários momentos, o ofício da prostituta tenha sido igualado a outro qualquer, como a da cabelereira, ambas teriam princípios profissionais a seguir, o filme deixa uma brecha de escolha, de livre arbítrio às princesas. No fundo, o que Caye deseja é poder ser apanhada pelo amante ao final do trabalho, mais nada. Parece clamar desesperadamente por sua identidade, mutilada pelo seu ofício temporário. Seu eu já desfigurou-se e acredita existir apenas se está no pensamento de alguém. Sente saudade, saudade do futuro, talvez porque ainda teime em ter um fio de esperança. Mais sobre o filme em http://www.princesaslapelicula.com/

segunda-feira, 4 de junho de 2007

O Grão da Imagem de Vera Chaves Barcellos



Visitei hoje a exposição de Vera Chaves Barcellos no Santander Cultural (Praça da Alfândega, ao lado do MARGS - muitas pessoas não sabem onde fica nem o MARGS, nem o Santander, mas esse já é assunto para outra pst).

Gostei muito do que vi, embora isso não queira dizer absolutamente nada. A mostra é uma retrospectiva de 40 anos da artista que se divide entre Barcelona e Viamão, futura sede de sua fundação. A mostra mobilizou-me em duas direções. Por um lado, aprendi muito sobre a artista e sua contribuição nada pequena à arte contemporânea. A curadoria bastante didática, propicia um panorama da obra de Vera Chaves, intercalado com momentos precisos da trajetória artística local, a exemplo do Espaço N.O. Na obra da artista o ponto principal é o questionamento do real, transformado e reconfigurado em múltiplas representações. Como pesquisadora da fotografia histórica, chamou-me a atenção o que Vera faz com aquela que um dia foi pensada (e ainda o é!) como "espelho da realidade". Explica, por exemplo, como transforma uma única fotografia precária tirada de uma imagem de televisão na série "O nadador". A repetição do referente e sua recriação parecem fazer gritar a impossibilidade da realidade ali representada. O vídeo, dirigido por Ana Luiza Azevedo da Casa de Cinema, é um complemento estupendo à mostra. Sem ele, muita coisa se perderia do pensar e fazer artístico de Vera Chaves Barcellos.
Mas não pensem que visitei a mostra apenas com a razão. Deixei-me também embriagar pelas imagens e ser por elas conduzida. Mergulhei nas águas junto com aquele nadador e pude perceber o quanto os nossos pés revelam de nós mesmas. Não à toa lembrei da frase do personagem Haniball Lecter, interpretado por Anthony Hoopkins, para a detetive interpretada por Jodie Foster, em O Silêncio dos Inocentes: seus sapatos revelam sua origem humilde, ou algo nesse sentido. Acompanhei a hecatombe dos manequins de Dusseldorf; despidos acabavam mostrando um pouco da nossa nudez e da nossa artificialidade diante da moda do efêmero das vitrines.

Feliz ou infelizmente, quem trabalha com museu, não visita nenhuma exposição sem observar os mínimos detalhes. Causou-me, assim, alegria ver a presença de duas turmas de escolares sendo conduzidas pelos mediadores. Tampouco passara despercebido o ônibus estacionado na rua Siqueira Campos e que os trouxera, provavelmente, de um bairro distante do centro da cidade. Talvez, graças a projetos como esse mais pessoas saibam onde fica o Margs, o Santander, a Praça da Alfândega e (não estou brincando) o Centro Histórico de Porto Alegre, para muitos ainda chamado de "a cidade".

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Pólo Gravataí I: está chegando a hora...



Pessoal de Gravataí
Estou ansiosa para iniciar nossa interdisciplina e vivenciar com vocês a experiência da educação à distância. Muitos desafios, certamente, teremos à frente. Meu blog pode ser um primeiro contato para irmos nos aproximando por meio do cyberespaço. Através dele, vocês podem conhecer um pouco os assuntos que me movem no mundo e na vida. Espero que vocês gostem ou se interessem por alguns deles também. Aguardo os comentários de vocês, enquanto aguardamos nosso primeiro encontro presencial, no dia 19 de junho. Gostaram da imagem? É de autoria do arteiro-artista de cinco anos que tenho lá em casa, Lucca.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Fotografia

A fotografia vem sendo cada vez mais investigada por pesquisadores brasileiros. E são vários os núcleos de pesquisa presentes em diversas universidades espalhadas por todos os cantos do país que têm privilegiado as imagens fotográficas. Também são diversas as áreas de conhecimento que se debruçam sobre a fotografia, como a História, ou a utilizam como estratégia metodológica de abordagem, como é o caso da Antropologia Visual. Indico aqui a leitura da Revista Eletrônica Studium 26 coordenada pelo antropólogo e fotógrafo Fernando de Tacca, professor da UNICAMP. Nas suas palavras "Com mais esta edição de trabalhos apresentados no Núcleo de Pesquisa Fotografia: Comunicação e Cultura, da INTERCOM, esperamos trazer ao público a maturidade dos estudos fotográficos desse grupo de pesquisadores, fotógrafos e amantes da fotografia." Além de vários artigos e ensaios fotográficos interessantes, a última edição traz um ensaio fotográfico de um dos maiores mestres da investigação em fotografia no Brasil: Boris Kossoy. Imperdível! www.studium.iar.unicamp.br

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Jardim da Cura recebe Prêmio Açorianos

Quem já não andou pelo Campus Central da Ufrgs e notou um jardim em frente ao Bar da Faced? Pois aquele diminuto jardim é obra da artista Tânia Resmini e recebeu o Prêmio Açorianos de Artes Plásticas, promovido pela Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre, na categoria Destaque Cerâmica. Como informa o site da Ufrgs, "o “Jardim da Cura” é um espaço temático que foi criado como proposta à investigação do design de jardins voltados à recuperação e manutenção da saúde e bem estar" e era uma das várias instalações naturais que compunham a exposição "Homem Natureza" em exibição no Museu Universitário por vários meses. Várias vezes desfrutei do bem-estar de passear por ali. Para quem ainda não experimentou, eu recomendo, é terapêutico.

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Brasil, eterno quilombo

Assisti ao documentário Brasil, eterno quilombo na programação do II Seminário local do Projeto Conexões de Saberes, coordenado pela minha querida colega da FACED Cida Bergamaschi. Após a exibição, seguiu-se um debate com o diretor Julio Ferreira. O título já diz quase tudo. O diretor mescla dois tipos de depoimentos de negros. Aqueles que alcançaram a formação em nível superior (advogados, médica, jornalista, educadores). Nesse grupo, nenhum cantor, cantora ou jogador de futebol. Todos os entrevistados, sem exceção, mostram as dificuldades que tiveram para estudar. Vários comentam as situações de racismo velado ao qual foram submetidos para poder cursar uma escola ou faculdade. No segundo grupo, negros sem formação, a maioria desempregados e desempregadas. Esse último grupo, conforme contou o diretor, é apenas uma pequena amostra de cerca de oitenta depoimentos coletados nas ruas do centro de Porto Alegre. Mas Julio não quis parar por aí. Temperou o quadro já trágico com as estatíticas que não deixam mentir sobre a situação do negro no Brasil. O resultado é um incômodo e triste quadro social e cultural. A platéia presente na Sala Redenção aceitou o desafio de debater o racismo, tema que se constitui em verdadeiro "estorvo". Foi muito interessante ver alguns presentes assumirem suas práticas racistas, forjadas até mesmo de modo insconsciente por nossa hipócrita sociedade. Outros apenas se remexiam nas cadeiras. Ninguém passou incólume! O vídeo, cuja origem foi a TV experimental da Unisinos, já ganhou 12 prêmios. Mas até na hora de ganhar um prêmio Julio conta que foi alvo de racismo. Ouviu sem querer "Como fomos perder para um...". Temos ainda muito que aprender. O documentário pode ser uma janela escancarada para motivar o debate desse tema espinhoso e pode ser acessado para reprodução e utilização em sala de aula para os educadores que o desejarem.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Encontros de História da Educação

Estamos iniciando na Faculdade de Educação/UFRGS os Encontros de História da Educação. A idéia é que seja um evento sistemático, trazendo convidados para abordar diferentes temáticas na área citada. No evento de estréia o tema será Positivismo e Educação no Rio Grande do Sul. As palestrantes convidadas são as historiadoras Elisabete da Costa Leal e Cleusa Graebin. Elisabete Leal defendeu sua tese de doutorado sobre arte positivista pela UFRJ, sobre a qual recebeu prêmio da Maison de Auguste Comte; ela também foi uma das organizadoras do acervo da Capela Positivista de Porto Alegre. Cleusa tem dissertação sobre Positivismo e Educação, além de ser professora do Curso de História do Unilasalle. O evento será no dia 28 de maio, às 19h, sala 101, prédio da FACED, Campus Central da UFRGS.

domingo, 13 de maio de 2007

Museu Virtual das Américas

Nunca gostei muito da idéia de museus virtuais, mas um exemplo mostra que a virtualidade dos museus, em alguns casos, pode ter lá suas vantagens. Uma delas é a permanência de exposições por muitos anos, sem ocupar nenhum espaço, a não ser a web. Tenho um exemplo. Há cerca de sete anos, quando ainda dirigia o Museu de Porto Alegre Joaquim José Felizardo, participei da montagem de uma exposição virtual sobre as festividades das Américas. A exposição foi patrocinada e organizada pela Rede Canadense de Informação sobre o Patrimônio, envolvendo vários países das Américas: Costa Rica, Estados Unidos, Canadá, méxico e Brasil. O carnaval de New Orleans, o Dia de Mortos no México, a Terça Feira Gorda da Louisiana, o carnaval do Quebec foram algumas das temáticas locais abordadas, nessa miríade de festas dos povos americanos. O Brasil foi representado pelo Carnaval de Porto Alegre. Depois de todos esses anos, a exposição ainda pode ser visitada pela internet. Qual museu arriscaria ter uma exposição por tão longo tempo? Vale a pena dar uma olhada!O site é http://www.virtualmuseum.ca/Exhibitions/Festiva1/

sábado, 12 de maio de 2007

Até Gilberto Freire apreciou os doces de Pelotas

Tive o prazer de visitar a cidade de Pelotas essa semana para participar do II Seminário sobre História do Rio Grande do Sul, promovido pelo Departamento de História da Universidade Federal de Pelotas. Foi uma grata surpresa assisitir, enquanto aguardava o momento de minha palestra, ao Professor Luis Osório sobre sua pesquisa sobre os famosos doces de Pelotas. O pesquisador vasculhou muitas fontes para tentar responder se os doces, hoje tão consagrados na cultura local, teriam sido uma criação recente, uma "tradição inventada", segundo Eric Hobsbawn. Luis Osório encontrou referências bastante recuadas no tempo, como a do visitante francês Saint Hilaire que andou pela região nos idos de 1820, antes até da fundação da cidade em 1832. Uma das informações mais inusitadas trazidas pelo historiador, foi a de que Gilberto Freire, em visita à cidade, conhecera os doces pelotenses e os comparara em qualidade aos doces da sua terra natal, Pernambuco. Os doces do Nordeste, sobre os quais o sociólogo escrevera, eram fabricados com o açúcar refinado produzido nos engenhos de cana. E com qual açúcar se produzia os doces de Pelotas? Não pense que as pelotenses usavam o açúcar mascavo da região de Santo Antonio da Patrulha, corrigiu Luis Osório observação de Athos Damasceno. Não seria possível com aquele fazer doces tão requintados. O açúcar era trazido do Nordeste. Isso mesmo. O professor encontrou documento que mostra um mesmo navio que chegava à Pelotas carregado de açúcar, voltava àquela região carregado de charque, destinado à alimentação da escravaria das lavouras e dos engenhos.
Delícia de pesquisa, não? Mais surpreendente ainda foi saber que o pesquisador desenvolve consultoria junto ao Programa Monumenta da cidade, privilegiando além do patrimônio arquitetônico, aspecto tão significativo da cultura local ou, se quiserem, do patrimônio imaterial. Parabéns ao Professor e ao Monumenta de Pelotas!

Mais um Boletim do ILAM

Já pode ser acessado o Boletim Bimestral do Instituto Latinoamericano de Museologia. O site é www.ilam.org/boletin/Para receber NOTICIAS@ILAM: www.ilam.org/individual.html.

Leituras de História Cultural

O GT de História Cultural da Associação Nacional de História-Setorial RS está promovendo mais um de seus eventos: Leituras de História Cultural

"A HERANÇA IMATERIAL", DE GIOVANI LEVI: MICRO-HISTÓRIA, MEMÓRIA SOCIAL E O CASO DO “SEMINÁRIO DA PRAINHA”, EM FORTALEZA
A História Cultural tem focalizado um vasto leque de temáticas – literatura, cidade, loucura, memória, religiosidade, cidadania, entre outras – e abordado vários domínios das ciências humanas. Esta vertente historiográfica vem se consolidando enquanto aporte teórico de análise, permitindo a ampliação dos debates, por exemplo, em torno de questões da micro-história e da transdisciplinariedade, entre outros.
Dando continuidade aos encontros "Leituras de História Cultural", iniciados em 2003 na Livraria Cultura de Porto Alegre, o Grupo de Trabalho de História Cultural/RS, vinculado à ANPUH/Núcleo RS, convida o público interessado a participar do próximo evento. Será no dia 15 de maio próximo, na Livraria Zouk, (rua Garibaldi, 1333), às 19 horas, entrada franca.
Os pesquisadores e historiadores Dr. Gisafran Juca e Me. Débora Krebs, tendo como ponto de partida a obra "A herança imaterial", de Giovani Levi, um clássico sobre micro-história, cujo mote é a história de um padre exorcista no século XVII no Piemonte italiano, discutirão temáticas como memória social, micro-história e religiosidade, relacionando-as à pesquisa histórica do professor cearense sobre a vida dos internos no “Seminário da Prainha”, uma instituição fundada em 1864 em Fortaleza.
O GT de HISTÓRIA CULTURAL-RS convida a todos os interessados para o debate destes trabalhos.

Data: 15/05/07 às 19h
Local: LIVRARIA ZOUK -
Rua Garibaldi, nº 1333
ENTRADA FRANCA

Museus e Patrimônio: somos todos universais

Estamos na 5ª Semana de Museus, promovida pelo Departamento de Museus do Ministério da Cultura. Para conhecer a programação completa em todo o Brasil, basta acessar o site da Revista Museu http://www.revistamuseu.com.br/18demaio/. Para aqueles que não sabem, 19 de maio é considerado o Dia Internacional dos Museus. A cada ano o Conselho Internacional de Museus (ICOM) define uma tématica para esse dia.

terça-feira, 24 de abril de 2007

Quem quer brincar no Museu?

Que alegria ler o texto de minha querida colega da Faced/UFRGS, Tania Fortuna, sobre o brincar nos museus. Desde que conheci a Brinquedoteca, mantida bravamente pelo projeto de extensão "Quem quer brincar" coordenado por ela, tornei-me assídua frequentadora e divulgadora. Ali tem-se acesso a diversos tipos de brinquedos, muitos confeccionados pela própria equipe. O empréstimo do brinquedo não apenas incentiva as crianças a cuidarem dos brinquedos, bem como estimula pais e filhos a confeccionarem seus próprios brinquedos. Mais isso não é quase nada, diante da importância do lúdico e do brincar na vida de todos nós. Maior felicidade ainda tive ao descobrir que os museus também fazem parte das preocupações de Tania Fortuna. Não deixem de ler no site da www.revistamuseu.com.br.

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Mais um livro sobre museus

Foi lançado esta semana o livro "Imagens da Revolução Mexicana - O Museu Nacional de História do México (1940-1982)" de autoria do educador do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, Camilo de Mello Vasconcellos. Num contexto bibliográfico de escassez de obras em português sobre os museus, a publicação é muito bem-vinda.

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Boletim da Sociedade Iberoamericana de História da Fotografia

Saiu mais um Noticiero Historico Fotografico de la Sociedade Iberoamericana de Historia de la Fotografia. Aproveitem!


Noticiero Histórico Fotográfico de la Sociedad Iberoamericana de Historia de la Fotografía
Abril de 2007




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Agradecemos la difusión de este boletín.
Los interesados en suscribirse pueden enviarnos un mail a acuarterolo@yahoo.com.
Para publicitar una muestra, congreso, publicación o evento relacionado con la historia de la fotografía en cualquier país de Iberoamérica escríbanos un mail con la información pertinente a acuarterolo@yahoo.com. Para asegurar que la información sea enviada a tiempo envíenos los datos con 2 semanas de antelación a la fecha del evento.



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Lugares, ciudades y personas. Fotografía Latinoamericana de la colección del CEDODAL









El martes 10 de abril a las 19 horas se inaugurará en la FotoGalería del Teatro San Martín –que dirige Juan Travnik– la muestra Lugares, ciudades y personas. Fotografía latinoamericana, de la Colección del CEDODAL (Centro de Documentación de Arquitectura Latinoamericana). Esta muestra de fotografía histórica podrá ser visitada hasta el domingo 29 de abril, de lunes a viernes desde las 12 horas y los sábados y domingos desde las 14 horas hasta la finalización de las actividades del día en el teatro (Avenida Corrientes 1530). La entrada es libre.

Esta serie de fotografías es sólo una mínima parte del amplio espectro temático y de la gran cantidad de piezas que conforman la colección del CEDODAL. La muestra trata de ser fiel y consecuente con los objetivos de la colección: “Las fotografías latinoamericanas del CEDODAL -dice su director, Ramón Gutiérrez- ayudan justamente a entender el patrimonio arquitectónico en su íntima relación con el paisaje y su gente. Esperamos que esta muestra contribuya a valorar tanto a la fotografía como patrimonio cultural cuanto al patrimonio que registra documentalmente aquella fotografía.”

Como en las anteriores exposiciones históricas que presentó la FotoGalería, en esta exhibición se pueden ver no sólo materiales de destacado interés histórico, sino también la obra de autores consagrados como verdaderos referentes de la historia de la fotografía latinoamericana. En este caso, forman parte de la exhibición, trabajos de fotógrafos que en muchos casos se radicaron en países latinoamericanos viniendo del exterior. Muchos de ellos realizaron las partes más significativas de su obra en este continente. Como ejemplo de fotógrafos destacados presentes en la muestra, podemos citar a Marc Ferrez (Brasil), Melitón Rodríguez (Colombia), Hugo Brehme (México), Ruth Lechuga (México), Hans Mann (Argentina), los Hermanos Vargas (Perú) y Lola Álvarez Bravo (México), entre otros.

FotoGalería del Teatro San Martín
Avenida Corrientes 1530
Buenos Aires Argentina.
Tel. (54-11) 4374-1385/9680/3805
E-mail: prensa@teatrosanmartin.com.ar
www.teatrosanmartin.com.ar









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V Jornadas de Fotografía y Sociedad




Los días 14 y 15 de septiembre se llevarán a cabo las V Jornadas de Fotografía y Sociedad en la Facultad de Ciencias Sociales de la Universidad de Buenos Aires.
Se trata de un espacio abierto en 1997, que tuvo y tiene como objetivo contribuir a la reflexión sobre la fotografía y lo fotográfico en general, entendiendo que la mejor manera de llevarlo adelante es a través del intercambio entre fotógrafos y quienes se dedican a la producción teórica desde distintos campos: historia social, sociología, filosofía, psicoanálisis, estética, comunicación, antropología, historia del arte, etc.
Las Jornadas cuentan con una serie de mesas con panelistas invitados y otras que se conforman a partir de las ponencias presentadas por los interesados.
Los invitamos, entonces, a participar enviando sus trabajos.


Bases para la presentación de ponencias

Las Jornadas de Fotografía y Sociedad tienen como objetivo brindar un ámbito de reflexión en torno a la fotografía, entendiendo la misma como práctica y producto cultural y, por lo tanto, atravesada por múltiples relaciones sociales. En este sentido, son diversos los discursos y abordajes teóricos que pueden dar cuenta de "lo fotográfico": la filosofía, la historia social, la sociología, la semiología, la historia del arte, el psicoanálisis, la estética, la economía, el derecho, entre otros. Toda mirada analítica que tome como objeto a la fotografía y su vinculación con lo social -en sentido amplio-, la cultura y el arte, constituye el núcleo de este intercambio.
La asistencia es libre y gratuita. La inscripción se realizará en las mismas Jornadas.

Presentación y selección de trabajos.

Podrán presentarse trabajos de investigación que supongan algún aporte original. El Comité Académico, conformado por Eduardo Garaglia, Ana Longoni, Mariano Mestman, Silvia Pérez Fernández y Marisa Strelczenia, se encargará de la selección y ordenamiento en paneles de las ponencias presentadas.
Sugerimos algunas áreas temáticas que, desde luego, pueden ser ampliadas siempre que el abordaje general sea respetado.

Fotografía y sociología
Fotografía e historia social
Fotografía y antropología
Fotografía y filosofía
Fotografía y semiología
Fotografía y psicoanálisis
Fotografía y comunicación
Fotografía y economía
Fotografía y estética
Fotografía y política
Fotografía y memoria
La fotografía y su relación con el arte (literatura, cine, pintura, etc.)
La fotografía y lo urbano, arquitectura
La fotografía y el mercado (medios de comunicación, arte)
Políticas en fotografía
Situación laboral de los fotógrafos

Envío de ponencias.

Se admitirá sólo una ponencia por participante. La misma no podrá superar la extensión de 20 (veinte) páginas, tamaño A4, cuerpo 12, letra times New Roman, a doble espacio. El tiempo previsto para su exposición será de 20 minutos.

Deberán remitirse 3 (tres) copias impresas (puede tratarse de un original y fotocopias) y un diskette en versión Word 6.0 del trabajo presentado. Se adjuntará a dichas copias el formulario que se incluye más abajo. En caso de disponer de fondos que permitan la publicación de las ponencias seleccionadas, se les solicitará a los ponentes su autorización escrita para tal fin.

Fecha límite de presentación: 13 de julio de 2007.
Anuncio de la selección de ponencias y conformación de las mesas: 31 de agosto de 2007.

Las ponencias deberán enviarse por correo o personalmente (en el horario de 10 a 19 hs.) a:
Facultad de Ciencias Sociales (UBA)
Dirección de Cultura
IV Jornadas de Fotografía y Sociedad
Marcelo T. de Alvear 2230, 5º piso, oficina 509.
Código Postal 1122. Buenos Aires.

De ser posible, se solicita enviar también la ponencia a la dirección de correo electrónico fotoysociedad@sion.com. Las imágenes incluídas en los trabajos deben enviarse en una resolución de 72 dpi, tamaño 13x18 y formato .jpg

Informes:
Dirección de Cultura de la Facultad de Ciencias Sociales.
Marcelo T. de Alvear 2230, 5º piso, of. 509.
Teléfono: 4508-3800, int. 164 (de 10 a 19 hs.)
Correo electrónico: fotoysociedad@sion.com

FORMULARIO PARA LA PRESENTACIÓN DE PONENCIAS

Título del trabajo:
Nombre y apellido:
Institución a la que pertenece:
Dirección:
Código postal:
Teléfono:
Fax:
Correo electrónico:

Necesidades para la presentación: indique con una cruz si necesita alguno de estos elementos.
Retroproyector:
Cañón de video (a confirmar):

CURRICULUM ABREVIADO:

ABSTRACT:










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El retrato en la colección fotográfica del Museo Nacional de Bellas Artes






El retrato, marco de

identidad

29 de Marzo al 13 de Mayo


Museo Nacional de Bellas Artes

Avenida del Libertador 1473

Buenos Aires

Martes a viernes de 12.30 a 19.30 hs.
Sábados, Domingos y feriados de 9.30 a 19.30 hs.
Entrada Gratuita


En el Museo Nacional de Bellas Artes se inaugura la muestra El retrato, marco de identidad, el 28 de marzo a las 19.

Organizada por la Dirección Nacional de Patrimonio y Museos, El retrato: marco de identidad, hace en Buenos Aires la sexta estadía en su itinerancia por distintas ciudades del país que comenzara en 2005.

La exposición se exhibirá desde el 29 de marzo hasta el 13 de mayo en el siguiente horario: de martes a viernes de 12.30 a 19.30 y sábados y domingos de 9.30 a 19.30. en la planta baja y en el segundo piso del MNBA y abarca los marcos de identidad que explora el retrato por medio de tres vías: la pintura, la imagen en movimiento y la fotografía...

La pintura incluye estilos, funciones y temáticas diferentes que van desde las primeras décadas del siglo XIX hasta los últimos años del siglo XX. Se trata de un conjunto de obras de los autores más importantes de la colección del MNBA, entre las que se encuentra uno de los escasos óleos que pintó Carlos Enrique Pellegrini y el único desnudo de Prilidiano Pueyrredón en una colección pública.

Ante las obras de El retrato, marco de identidad, la gente se preguntará si una figura de espaldas es un retrato, o si la imagen de un perro lo es. Estos son algunos de los interrogantes que plantea esta exposición que reúne obras como Falsa visión de Rómulo Macció, Cuadro de la timidez de Luis Felipe Noe, Figura de niña de Antonio Berni, El hombre de la flor amarilla de Emilio Pettoruti y Retrato de José André de Alfredo Gutero. Componen la muestra también autorretratos de Ramón Silva y Miguel Carlos Victorica.

El recorrido de la muestra se realiza a través de cinco núcleos temáticos: El poder (obras del siglo XIX), Edades (el retrato en la esfera de la memoria privada), El espejo (el artista, sus colegas y amigos) ¿Retratos? (una reflexión sobre la definición tradicional del género) y El otro (pinturas europeas que muestran un cruce entre el retrato y la escena de costumbres)

El film Retratos de una colección del afamado director alemán Heinz Peter Schwerfel, fue especialmente realizado para acompañar la exposición vinculando nuestras imágenes contemporáneas cotidianas con aquellas que permanecen custodiadas en los museos. ¿Cuántos retratos vemos a diario mientras nos dirigimos a nuestro trabajo? La película de Schwerfel propone una aproximación novedosa sobre la importancia de la mirada en el género retrato

La fotografía de la muestra El retrato se organizó según los siguientes temas: el retrato familiar, el retrato social, las míticas celebridades y el retrato psicológico o de búsqueda interior. Estos manifiestan la variedad de miradas, originales y profundas con las que los fotógrafos se aproximan al retrato.

La fotografía puede reproducir con gran belleza pero también con cruel veracidad. Debemos aprender a soportar la visión de la verdad, reflexiona, en 1927, el maestro August Sander.

Reporteros humanistas como Henri Cartier Bresson o Sebastiao Salgado; hacedores de imágenes como Andre Kertesz o Luis González Palma salen airosos en sus búsquedas. Descuellan los retratistas natos como Annemarie Heinrich, el Estudio Witcomb, Yas –Noriega, Humberto Rivas o Arnold Newman.

El conjunto de obras expuestas ofrece una variedad de tipos, técnicas y miradas que nos invitan a adentrarnos en ese difícil contacto que se establece entre modelo y fotógrafo para producir una imagen válida.

Ante un retrato logrado, de figuras reconocibles o anónimas, el observador queda atrapado. Es el público quien, con su recurrente aceptación, hace perdurable el gran retrato.

María José Herrera y Sara Facio aportan sus curadurías para las secciones de pintura y fotografía respectivamente.


Ciclo de Cine Retratos

El MNBA presenta una selección de películas cuyas historias están estrechamente vinculadas con el retrato.

Sábado 7 de abril
La caída de la casa Usher (83 min./ 1928)
Dir. Jean Epstein con Margueritte Gance y Jean Debocourt.

Sábado 14 de abril
Rebecca (130 min./1940)
Dir. Alfred Hitchcock con Lawrence Olivier y Joan Fontaine

Sábado 21 de abril
El retrato de Dorian Grey (110 min /1945)
Dir. Albert Lewin con Dona Reed y George Sanders

Sábado 28 de abril
Las amigas (104 min./1955)
Dir. Michelangelo Antonioni con Eleonora Rossi Drago y Gabriele Ferzetti

Sábado 5 de mayo
Rosaura a las diez (100 min./1958)
Dir. Mario Soficci con Juan Verdaguer y Susana Campos

Sábado 12 de mayo
Vértigo (120 min./1958)
Dir. Alfred Hitchcock con Kim Novak y James Stewart

Sábado 19 de mayo
La muchacha del arete de perla (100 min./2003)










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Artistas del espectáculo. Fotografías de León Finquelievich




La Dirección de Preservación del Patrimonio Cultural y Natural y el Archivo Histórico de la Fotografía, invitan a la muestra fotográfica: Artistas del espectáculo, en homenaje al fotógrafo León Finquelievich.

Dicha muestra está compuesta por 30 retratos en blanco y negro, de artistas argentinos del teatro, el cine y la televisión.

León Finquelievich nació en Buenos Aires el 27 de marzo de 1927. Inmediatamente después de su nacimiento, sus padres se trasladaron a la ciudad de Rosario y fundaron “FOTO LA BOLSA”. Este establecimiento cuyo particular slogan era “se retrata de día y noche”, fue el primero en incorporar la iluminación eléctrica para las tomas fotográficas.

Finquelievich incursionó en la fotografía a los 10 años de edad, coloreando retratos con el método de anilinas al agua y lápices de colores en el estudio fotográfico de su familia. Allí aprendió todos los secretos de iluminación, acabado y retoque de negativos y positivos. Su vocación ya estaba definida y a los 16 años comenzó a destacarse en el arte del retrato. Al cumplir los 17 años su padre le instaló en el barrio de Villa Devoto, en Buenos Aires, su primer estudio fotográfico. Trabajó allí durante 3 años y luego regresó a Rosario, donde se incorporó como socio gerente a la empresa familiar, que pasó a llamarse “FOTO LA BOLSA SRL”, hasta el cierre de la empresa en 1990.

Hacia 1958 comenzaron a desfilar por sus galerías destacados actores y actrices que llegaban a la ciudad como, Francisco. Petrone, Dorita Burgos, Don Pelele, Nelly Paniza y muchos más. Ese mismo año, la Asociación de Artistas Plásticos invitó a la ciudad a Don Benito Quinquela Martín para otorgarle la “Orden del Tornillo”. El artista fue invitado a posar y la fotografía obtenida fue exhibida desde ese momento en el atelier de Quinquela, ubicado en el barrio de la Boca.

En 1961, nuevamente en Buenos Aires, instaló junto con su esposa Celia Becker el Estudio Finkel, un local de cinco vidrieras en la esquina de Mosconi y Concordia, en el barrio de Villa Devoto. En poco tiempo se convirtió en el retratista predilecto de las familias del barrio.

En 1965 adquirió una nueva propiedad en la calle Sarmiento 1685-89 donde montó un moderno estudio fotográfico. A través del Sr. Adolfo Pinchuk, propietario de la Sastrería Real, se contactó con empresarios teatrales que le permitieron agregar un nuevo rubro a su negocio: las “Carteleras Teatrales”. Durante muchas temporadas y hasta 1980 vistió las puertas de los teatros: El Nacional, Cómico, Maipú, Astral, Tabaris, Candilejas, Odeón , entre otros. Por su estudio pasaron todas las estrellas que brillaron en el firmamento del teatro, el cine y la televisión.

En 1998 fue distinguido con el premio “Pirámide de Plata” otorgado por la Fundación Académica de Artes Visuales, en reconocimiento a su trayectoria profesional. Durante su vasta trayectoria fue dirigente del gremio fotográfico de Rosario, La Sociedad de fotógrafos y la Cooperativa de consumo de Buenos Aires, donde ocupó diferentes cargos directivos.


Municipalidad de Vicente López

Av. Maipú 2609, 1º piso, Olivos en el pasillo del antiguo recinto del H.C.D.
Desde el 15 de marzo hasta el 11 de abril de 2007
Visitas: de lunes a viernes de 9 a 16hs







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Fotografía de minas bolivianas
(1870-1930)









Los invitamos a visitar la muestra sobre fotografía de minas bolivianas (1870-1930) con interesantes imágenes de la colección del investigador norteamericano Daniel Buck.

La misma puede visitarse en la siguiente dirección:
www.luminous-lint.com/__sw.php?action=ACT_LIST_VE&p1=VEDRE









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Novedades editoriales: Nuevo CD-ROM sobre postales argentinas










El Centro de Estudio e Investigación de la Tarjeta Postal en Argentina (CEITPA) se complace en comunicar a sus miembros que acaba de publicar el CD-Rom N°1 que contiene los siguientes títulos sobre tarjetas postales, editores y fotógrafos:


1.- El Edén Hotel y La Falda a través de las Tarjetas Postales
Los orígenes del suntuoso hotel, la parada y luego estación del Ferro Carril Córdoba y Nor-Oeste y de la nueva villa veraniega cordobesa

2.- El Fotógrafo Amadeo Gras y las Tarjetas Postales - una impensada participación
La obra fotográfica de este daguerrotipista aplicada a las postales, conmemorando la Constitución de 1853 y sus Congresales

3.- Moroni editor de tarjetas postales de La Plata - Catálogo
Catálogo enumerativo del editor platense de la década del ‘20

4.- Sendra - Ilustrador de Tarjetas Postales - Catálogo
Descripción y listado de estas poco conocidas ediciones de Mar del Plata, Mendoza y Bariloche

7.- Las primeras Tarjetas Postales en el siglo XIX - primera parte
Desde 1869 hasta las primeras argentinas con imágenes fotográficas. La idea, la primera del mundo, las que le siguieron y las primeras argentinas

8.- Catálogo de las ediciones de Tarjetas Postales del Gobierno de la Ciudad de Buenos Aires
Editadas por la Dirección General de Museos, el Museo Casa Carlos Gardel, Museo del Cine. la Dirección General de Patrimonio y la de Casco Histórico en varias series de hermosa factura

9.- Catálogo de las Tarjetas Postales de Ediciones Rememorando - 2a edición
Cataloga, describe e ilustra topográficamente y por temas y sub-temas las más de 460 postales con fotografías antiguas, de tirada limitada a 50 postales de cada una, de toda la Argentina.

10.- Catálogo de Tarjetas Postales - Editorial “El Ceibo”
Cataloga y describe las ediciones de este prolífico editor actual y sus fotógrafos

12.- Tarjetas Postales de Tierra del Fuego - Catálogo del editor José López - 2a edición
Cataloga, precia y describe la única edición, de principios del siglo XX, de este enigmático editor de postales de dragas auríferas

13.- La mujer paraguaya en las tarjetas postales - Costumbres de principios del siglo XX
Deliciosas imágenes de antaño


El precio es de 39 pesos más gastos de envío (10 pesos).

Pedidos a:
Héctor Luis Pezzimenti
Director
Centro de Estudio e Investigación de la Tarjeta Postal en Argentina
Buenos Aires
E-mail: pezzimentihl@fullzero.com.ar
Pagina Web: http://www.geocities.com/ceitpa/








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Fotografías de Anatole Saderman en la Galería Vasari





Una muestra de 30 imágenes invita a un recorrido por la profunda y sensitiva obra del fotógrafo Anatole Saderman, un auténtico maestro del retrato que nació en Rusia, pero vivió más de 60 años en la Argentina e inmortalizó a los más notorios pintores e intelectuales de nuestro país

Nació en Moscú en febrero de 1904 y murió en Buenos Aires en noviembre de 1993, poco antes de cumplir 90 años. Dedicó su vida entera a la imagen y decía que el alimento de su fotografía, igual que el de los pintores renacentistas, era la luz. No es otro que Anatole Saderman, maestro del retrato si los hay.

Hasta el viernes 20 de abril, en la Galería Vasari (Esmeralda 1357, Buenos Aires, 4327-0664) se expondrán unas 30 fotografías vintage del hombre que plasmó los rostros de cientos de artistas e intelectuales argentinos y extranjeros, además de una colección de paisajes urbanos de Buenos Aires y otras capitales de Europa.

Antes de radicarse definitivamente en la Argentina, en 1932, Anatole Saderman y su familia de origen tocaron varios destinos en su ruta de emigrados. En 1918, un año después de la Revolución Bolchevique, dejaron Rusia y pasaron brevísimas temporadas en Lituania y Polonia para llegar a Berlín en 1921, donde el joven Anatole estudió filología eslava, historia del arte y dibujo. Pero la crisis económica hizo que los Saderman miraran hacia América del Sur. Asunción del Paraguay, Formosa, Montevideo. Allí aprendió el oficio, en los conventillos y las calles, cuando a sus 22 años tuvo ,por casualidad, su primera cámara fotográfica.

Se casó en Buenos Aires, aquí nacieron sus hijos y más tarde sus nietos, y fundó sucesivos estudios fotográficos (en Callao y Santa Fe, en Lavalle casi esquina Florida, en San Martín al 600) por donde desfiló –aseguran sus biógrafos– “medio país”. Logró imágenes famosas de Pablo Neruda, Benito Quinquela Martín, Alejandra Pizarnik, Carlos Alonso, Raúl Soldi, Antonio Berni.

Además de sus obras, dejó un decálogo para retratistas donde dice, entre otras cosas, cuando el retratista no es capaz de amar a quien fotografiará entonces es conveniente que al menos lo odie. “Si te es indiferente –advierte Saderman– fotografía mejor una botella...”


Artículo publicado en La Nación, Domingo 18 de marzo de 2007





Galeria Vasari
Hasta el 20 de abril
Esmeralda 1357, Buenos Aires
TE: 4327-0664
www.galeriavasari.com.ar










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Muestra fotográfica: "Luchas y proyectos" en el Museo Martiniano Leguizamón de Paraná




Se invita a la exposición fotográfica "Luchas y proyectos" que se inaugurará el día miércoles 25 de abril a las 18 horas en la ciudad de Paraná, Entre Ríos. La misma se exhibirá en el Museo de Entre Ríos, Instituto "Martiniano Leguizamón", calle Laprida y Buenos Aires de la nombrada ciudad. Se cerrará el día viernes 27 de abril y tendrá carácter de itinerante. La próxima ciudad donde se expondrá será Concepción del Uruguay en fecha a confirmar.


"Luchas y Proyectos" es una muestra visual de la historia de las primeras organizaciones sindicales entrerrianas. El acontecimiento sobre el que se configura la misma, se focaliza entre los años 1918 y 1943. Está centrada en la historia de la Unión Obrera Departamental de Concepción del Uruguay. Pretende devolver a través de las imágenes un estilo de prácticas sociales poco conocidas en la provincia en particular y en la historia regional en general. La inauguración irá acompañada de una conferencia a cargo de la curadora de la muestra, Elisa D. Balsechi, se pretende crear una instancia de reflexión sobre el pasado para mirar el presente y proyectar el futuro.


Museo de Entre Ríos, Instituto "Martiniano Leguizamón"

Laprida y Buenos Aires, Paraná, Entre Ríos, Argentina.












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Presentación del libro: "Residencias porteñas. Fotografías de interiores realizadas por Eugenio Avanzi hacia 1900"








El Instituto Histórico de la Ciudad de Buenos Aires tiene el agrado de invitarlo a la mesa "La imagen, ese viejo nuevo recurso documental" que se realizará el 2 de mayo a las 16,30 en la sala Alfonsina Storni de la 33º Feria del Libro. Participarán el investigador en fotografía Abel Alexander y la profesora Irene Marrone, especialista en documentales, coordinará Lidia González, jefa de investigaciones del Instituto Histórico de la Ciudad de Buenos Aires.


En esa oportunidad se presentará el libro "Residencias porteñas. Fotografías de interiores realizadas por Eugenio Avanzi hacia 1900", editado por el Instituto Histórico de la Ciudad De Buenos aires y cuenta con el estudio preliminar de Abel Alexander.


En el 2006 el Instituto Histórico de la Ciudad de Buenos Aires adquirió, en nombre del Ministerio de Cultura de la Ciudad una colección de fotografías que se presentaron a remate público por la firma Bullrich, Wernicke y Gaona. Esta serie de fotografías realizadas por Eugenio Avanzi, a comienzos del siglo XX, no sólo evidenciaban una alta calidad artística sino también un registro poco común de interiores de casas tradicionales de Buenos Aires. Esta colección incluye fotografías de interiores de casas de la alta y mediana burguesía porteña, salones, comedores, bibliotecas, así como algún consultorio médico o taller escultórico. Muchas de ellas corresponden a familias tradicionales porteñas, otras a profesionales donde se destacan los de origen italiano, cuya identificación figura al dorso, de puño y letra del propio Avanzi.

Para esta publicación contamos con la gentil colaboración del prestigioso investigador en fotografía, Abel Alexander, quien ha realizado una investigación sobre el fotógrafo Eugenio Avanzi, la primera que se realiza sobre éste y su actuación en Buenos Aires.

Alexander sintetiza así el valor de estas fotografías: "el carácter documental que revisten estas imágenes del ayer, convierten a estos pequeños rectángulos de papel en preciosos testimonios visuales sobre nuestro pasado" y, agregamos, se constituyen en una fuente de información histórica privilegiada. Su incorporación al patrimonio público es un modo de preservar nuestro acervo cultural y difundirlo es ofrecer fuentes poco comunes para conocer e interpretar aspectos de la historia de nuestra ciudad y sus habitantes.


Para mayor información comunicarse al 4813-5822/9
comunicación_ihcba@buenosaires.gov.ar












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La muestra de fotografía de bodas ahora en Bellavista




Con mucha afluencia de público, hasta el sábado 14 de abril continuará abierta en la casona de Bella Vista Cultural la muestra denominada “1860-1960: Un siglo de novias a través de la fotografía”.

Esta muestra, que viene siendo exhibida en otras ciudades, contiene fotos pertenecientes a la colección de Abel Alexander, historiador de la fotografía, y cuenta con la colaboración del Salón de Exposiciones León Gallardo, dependiente de la Secretaría de Cultura de la Municipalidad de San Miguel.

La muestra fue inaugurada el 16 de marzo último, y cuenta con una exposición paralela de fotos y objetos del siglo referido, vinculados a novias y casamientos de antepasados o personas mayores de Bella Vista, que han sido prestadas por familias de nuestra comunidad local.

El día del cierre, sábado 14, a las 11.45 horas, esperamos a todos los que lo deseen a tomar un cafecito y dejarse guiar por Abel Alexander en una visita explicada sobre los trabajos expuestos.

La muestra sigue abierta, con entrada libre y gratuita, de lunes a viernes, de 17 a 20 horas, y los sábados, de 10 a 13. El Viernes Santo estará cerrada.



Bellavista Cultural

Riccheri 663 - Bella Vista - Buenos Aires – Argentina
Secretaría: lunes a viernes, de 17 a 20 hs.; sábados, 10 a 13.
Tel. : 4468-1291
bellavistacultural@speedy.com.ar
www.bellavistacultural.com.ar












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La muestra "Por la fuerza del trabajo" continua abierta hasta el 9 de abril




La exposición fotográfica "Por la fuerza del trabajo" (1860-1940) organizada por la Fototeca "Benito Panunzi" de la Biblioteca Nacional continua abierta hasta el 9 de abril. La muestra presenta inéditas fotografías de gran relevancia histórica pertenecientes al fondo de la fototeca. Las mismas han sido seleccionadas tomando como temática el trabajo y su fuerza motriz en el crecimiento de nuestra nación, retratos del esfuerzo, del ánimo y de la dignidad del pueblo argentino. La muestra se completa con una exhibición de cámaras antiguas pertenecientes al Museo Simik.

La Fototeca "Benito Panunzi" invita asimismo a todos los profesionales, aficionados e interesados en el ámbito fotográfico a consultar su material bibliográfico y hemerográfico. La institución cuenta con un importante fondo de mas de 1000 libros, catálogos, folletos y revistas; tanto sobre la fotografía Argentina como latinoamericana y mundial. Este material puede ser consultado libremente bajo el régimen de estantería abierta. Los interesados pueden visitarla en el tercer piso de la Biblioteca Nacional (Agüero 2502) en el horario de 9 a 16 horas.





Biblioteca Nacional

Agüero 2502

Sala Leopoldo Marechal, 1° piso
Capital Federal - Buenos Aires - Argentina
Teléfono: (011) 4808 -6075
Mail: fototeca@red.bibnal.edu.ar
Web: www.bibnal.edu.ar

Entrada libre y gratuita










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Comité Ejecutivo de la Sociedad Iberoamericana de Historia de la Fotografía

Abel Alexander
Andrea Cuarterolo
Roberto Ferrari




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ILAM completa 10 anos

O Instituto Latinoamericano de Museus, sediado em São José, Costa Rica, está completando, em 2007, 10 anos de trabalho em prol dos museus e do patrimônio da América Latina, sob a coordenação da incansável Georgina DeCarli. Parabéns ao ILAM e a todos os latino-americanos que vêm contribuindo para divulgar nossos museus. Quem quiser conhecer as atividades do instituto pode ter acesso ao site www.ilam.org.

sábado, 31 de março de 2007

Tese sobre Positivismo ganha prêmio internacional

A tese da historiadora gaúcha Elisabete Leal, defendida na UFRJ, acaba de receber o prêmio da Maison Auguste Comte de Paris. Parabéns à Bete! Leia mais no boletim da Faperj
> http://www.faperj.br/boletim_interna.phtml?obj_id=3562

Formação técnica na área cultural

Mais uma notícia prendeu-me a atenção neste final de semana. A notícia de que o Governo de São Paulo criará uma série de formações técnicas na área da cultura. Uma dessas formações refere-se ao campo dos museus. Aqui no Rio Grande do Sul já se tentou criar algo parecido que acabou não vingando, embora alguns dos técnicos formados estejam por aí e, salvo engano, sem atuarem nos museus. As novas graduações em museologia que estão surgindo no estado e os cursos de especialização, como o da UFRGS, tornaram obsoleta a discussão de uma formação técnica em nível médio nessa área?

Saber indígena

Chamou-me a atenção a notícia publicada pela Folha on line nesse final de semana, na qual informava hospital inaugurado no México utilizará alta tecnologia aliada à tradição indígena para tratar seus doentes. Pasmem, ao lado de moderna tecnologia, o hospital terá uma sala para curandeiros e um temazcal (banho a vapor) utilizado na medicina indígena. O hospital atenderá os indígenas de Chiapas, estado onde se localiza o hospital. A notícia na íntegra está em http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u21886.

Entre chapéus, fotos e fantasias de momo: as artimanhas do percurso museal

Este artigo está publicado na Revista do Patrimônio, na qual podem ser encontrados outros textos sobre museus e patrimônio. O site é www.revista.iphan.gov.br

Entre chapéus, fotos e fantasias de momo: as artimanhas do percurso museal
Zita Rosane Possamai[1]

Quando se visita um museu, muitas perguntas podem ser feitas sobre os objetos dispostos nas vitrines, sobre temáticas e abordagens apresentadas nas exposições, sobre os artistas que mostram suas obras, entre uma infinidade de indagações possíveis. Raramente o visitante é conduzido a inquirir sobre o próprio museu, sobre sua trajetória e, muito menos, sobre como, afinal de contas, todos aqueles objetos foram parar ali. E, no entanto, a partir dessas interrogações pode-se encontrar pistas interessantes sobre a relação que homens e mulheres têm estabelecido com essas instituições seculares ao longo do tempo. E, como não poderia deixar de ser, de que maneira grupos, indivíduos e instituições lidam com seu passado e sua memória.
Como compreender a presença no museu de um determinado objeto, quadro ou fotografia? O que fazem esses objetos colocados atrás de vitrines, à distância do visitante, diferentes daqueles que manuseamos em nosso cotidiano, em casa ou no supermercado? O que os torna assim tão diferentes e especiais? Considerando-se que os objetos no contexto de um museu transformam-se em documentos, ou seja, têm a função de fornecer informações sobre a sociedade, percebe-se que também podem informar sobre as motivações que levaram os atores sociais a inserí-los num museu.
O objeto como peça de museu, distingue-se dos demais de duas formas. Uma que o reveste de um discurso enunciado através dos procedimentos de classificação, inventário, etiquetagem; outra quando ele é o resultado de uma escolha, expressa na sua admissão no interior de uma coleção. Essa passagem de um objeto do cotidiano à peça de museu revela motivações individuais ou sociais. Esse percurso pode ser feito através de uma busca efetivada pela instituição - de acordo com seus próprios critérios de coleta e pesquisa - ou pelas doações que são oferecidas ao museu. Dessa forma, o museu e os objetos ali preservados são frutos de uma vontade de conservação[2] levada a efeito por grupos, instituições ou indivíduos. Tudo que é guardado no museu, deve-se a escolhas efetivadas por agentes sociais.
Mas quem são, afinal de contas, esses atores envolvidos? Basicamente, pode-se dividí-los em dois grupos. O primeiro grupo compreenderia as pessoas pertencentes ao quadro da instituição ou que sobre ela exercem um determinado poder e que configurariam o que denomino aqui por campo museal [3], aqueles agentes encarregados das tarefas práticas e simbólicas referentes à gestão da memória atinente ao museu. O segundo grupo abrangeria aqueles indivíduos exteriores ao museu e que, em dado momento ou circunstância, foram buscá-lo para doar um determinado objeto.
De um lado e de outro, motivações, desejos e vontades vão balizando as escolhas do que deva ser considerado peça de museu e, conseqüentemente, configurando ao longo de uma trajetória variável no tempo, um determinado acervo. Nessa perspectiva, pode-se afirmar que o acervo dos museus é o produto das escolhas realizadas por determinados agentes sociais, estando diretamente relacionado às significações que estes atribuem aos objetos, ao próprio museu e ao que este deveria conter.
No entanto, acreditar que essa relação seja igualitária ou, dito de outra maneira, que os doadores detenham o mesmo poder que os agentes do campo museal é, no mínimo, ingenuidade. Como é sabido, salvo exceções previstas como a do legado - na qual o museu não poderia se furtar à aceitação de dada doação - é o campo que detém o poder exclusivo de aceitar ou não um objeto, elevando o seu estatuto à peça de museu. Muito embora, no interior do campo museal possam estar presentes conflitos relacionados a essas escolhas.
Analisar as representações presentes nas narrativas discursivas[4] dos componentes de ambos os grupos, pode contribuir para problematizar algumas das imagens mais emblemáticas que carregam os museus, como aquela de ser um depósito de coisas velhas; pode ainda auxiliar na compreensão de como a sociedade estabelece vínculos de ordem subjetiva com os museus e como o passado e a história são representados por esses atores e, inevitavelmente, veiculados por essas instituições.
Museu guardião
Assim como não cabem mais no guarda-roupa, no armário ou em casa, os objetos em desuso no dia a dia parecem ter um fim único: o desaparecimento. Esta é uma das principais preocupações apontadas por doadores em relação àqueles objetos entregues ao museu. Eles acabariam “indo fora”, “indo para o lixo”. No entanto, levados para o museu eles seriam “guardados”. Ao museu, é delegada a função de guardar, lugar depositário de todas essas quinquilharias que não cabem mais no guarda-roupa, em casa, enfim, na vida dos indivíduos, grupos sociais ou instituições.
Mas não são todos os objetos que são levados ao museu. Notadamente aqueles que perdem a sua utilidade e mobilizam uma vontade de preservação. Num primeiro momento, eles são guardados em casa ou em algum lugar fora do âmbito do museu e somente num segundo momento são doados àquela instituição. Como o indivíduo, obviamente, não guarda todos os objetos que passam pelas suas mãos ou circulam no seu cotidiano ao longo de sua vida, é correto supor que ele opera uma seleção entre as coisas materiais que vai guardar. A significação simbólica atribuída ao objeto é o que possibilita a sua conservação, num primeiro momento em casa e, posteriormente, no museu.
No percurso que vai da guarda em casa para a guarda no museu, porém, o indivíduo atribui ainda um “outro valor” ao objeto. Ou seja, além do valor que ele próprio conferia em casa ao objeto, ele desconfia que no museu o objeto possa receber um outro valor, um valor diferente daquele que ele próprio atribuiu. Alguns depoentes citam esse valor como algo inerente ao fato de o objeto estar no museu, ou seja, ser peça de museu. Essa suspeita mostra a própria significação que alguns indivíduos elaboram em relação ao objeto inserido no contexto museal. Alguns chegam mesmo a citar “antigo” como uma característica que por si só coloca o objeto como de valor para o museu.
Pode-se encontrar, assim, no mínimo três momentos em que são dados significações ou valores diferenciados ao objeto: o primeiro, de ordem subjetiva, é conferido pelo indivíduo a um determinado objeto, a ponto de garantir-lhe a preservação junto de si (afetivo, lembranças da infância, elo com mortos) pelo decurso de certo tempo; o segundo, quando passado um tempo mais prolongado, o detentor do objeto “desconfia” do valor potencial do objeto como peça de museu, devido à observação de suas características de antigüidade, geralmente; o terceiro, finalmente, quando ele é admitido no interior do museu, recebendo as significações do corpo funcional do museu, transformando-se em um dos objetos do seu acervo.
Nesse percurso museal, não são necessariamente aceitas pelo museu as significações atribuídas pelo indivíduo de fora da instituição, porque, em alguns casos, talvez este nem chegue a expressar essas significações, mas sim aquelas que ele considera serem pertinentes para que o objeto seja considerado de valor para o museu, podendo ser as características de antigüidade, mas também outras, como, por exemplo, ser importante para a história do país, da cidade. Enfim, ele tenta expressar o seu ponto de vista e não considera sua própria significação subjetiva, afetiva, por exemplo, passível de fazer parte do museu. Esse aspecto reveste-se de interesse quando, em suas narrativas, os doadores enumeram a importância que o objeto teve para si, mas quando indagados sobre o motivo que os levaram a doar para o museu surgem outras respostas. É como se houvesse, em alguns casos, uma distância entre a atribuição de significado individual e o significado coletivo, atribuído para estar no museu.
É recorrente nessas narrativas que entre as motivações para a doação está também aquela de uma nova organização na vida cotidiana, seja em termos espaciais, mudança de uma cidade para outra ou de uma casa para um apartamento menor, ou de novas situações a serem gerenciadas, como o nascimento e o crescimento dos filhos; o casamento; a introdução de novos materiais a serem utilizados em um culto; a morte de alguém muito próximo. Dispensar essas coisas antigas que não cabem mais no dia a dia, seria uma forma de organizar essa nova realidade a enfrentar, selecionando, excluindo, operando escolhas entre coisas relevantes para lembrar e coisas destinadas a esquecer. Afinal de contas, há um lugar reservado a isso tudo: o museu, depositário dos objetos destituídos de lugar na vida dos indivíduos, mas que, por seu valor, não merecem desaparecer.
Nesse sentido, o museu é representado como um guardião. Guardião dos objetos, mas também dos significados, das lembranças, das memórias, do passado, das lembranças da infância e da juventude que eles carregam, enfim, de tudo que se considere importante para perdurar, “para ficar”, “para não se perder”. Pouco importa se esses objetos nunca mais serão vistos ou se o depoente irá um dia visitar o museu para relembrar aquilo que está depositado com eles. Não importa, pois se sabe que lá está “seguro”, “cuidado”, “guardado”. Se os objetos depositados no museu estão a salvo, pode-se permitir esquecer a sua existência, como ocorreu com alguns depoentes que não recordavam terem feito a doação há vários anos.
O esquecimento da doação feita parece confirmar que junto de si aquelas coisas não teriam mais lugar, seja em espaço físico ou em disposição afetiva ou psicológica para gerenciá-las. Alguns depoentes - depois de relembrarem seus objetos, bem como os acontecimentos e sentimentos a eles relacionados - sentem vontade de revê-los. Mas é importante frisar que a ida ao museu para reencontrar esses objetos é uma mobilização de grande relevância, quase um ritual, que pode ser comparado à visita a um cemitério[5].
“Nós éramos os guardiões”. Esta afirmação mostra o quanto a representação de museu guardião[6] está presente também no interior do campo dos museus. A partir desta ótica, é necessário não apenas esperar aqueles objetos que chegam da sociedade naturalmente, mas buscar objetos julgados como merecedores de preservação no interior dos museus. Em umas narrativas analisadas, na qual uma funcionária do Museu relata que mesmo vendo o lado doloroso de procurar as famílias logo após a morte de um ente querido, imbuía-se da vontade de preservação e solicitava às famílias que doassem alguma coisa à instituição. Para ela, como responsável pela coleta do acervo, o Museu não poderia furtar-se ao seu papel de guardião, o que implicava a prática de procurar os parentes dessas pessoas que ela acreditava que deveriam estar representados no museu.
Um aspecto relacionado ao museu guardião, colocado tanto por doadores como pelos funcionários do museu, é que o museu guarda, mas guarda “para a posteridade”, ou seja, só é dado sentido ao “guardar” se as gerações futuras puderem “ficar sabendo daquelas coisas antigas”. Caso contrário, o objeto “não tem nenhum valor”. Relacionando essa preocupação dos doadores à prática museal, desejam eles que o objeto seja exposto.
Percebe-se, assim, um círculo completo, elaborado a partir das falas dos depoentes: o objeto perde a utilidade no seu cotidiano; passa a ser desprezado, principalmente pelas novas gerações (os filhos, os jovens) e, finalmente, torna-se fonte de conhecimento para aqueles que virão no futuro. Mas aí reside o ponto fundamental da representação do museu guardião. É esse lugar que dará ao objeto o valor necessário para que as próximas gerações o vejam com outros olhos. Ou seja, somente o museu, com a operação de transformação do objeto comum em peça de museu, tem a possibilidade de elevá-lo a um estatuto, que na vida cotidiana ele não tinha. Ou parecia não ter, bem entendido, para aquelas pessoas que não o revestiam das significações daqueles que o guardaram e, posteriormente, o doaram ao museu, pois é justamente por achar que o objeto tem um valor potencial o que faz as pessoas levarem-no ao museu.
As práticas relacionadas à etiquetagem, à catalogação, à classificação, à conservação concretizam a operação de introdução do objeto no museu; a sua transformação em peça de museu. Porém, a exposição, através da qual o objeto será colocado em uma vitrine, configura-se no coroamento do processo de transformação desse objeto no sagrado. Como objeto sagrado, ele passa a ser intocável, seu significado passa a ser inquestionável, pode ser venerado pelo seu significado aparentemente inerente, ou seja, ser peça de museu. Não é à toa que grande parte dos doadores pressiona os funcionários da instituição para verem os seus objetos expostos.
Na exposição o objeto passa a comunicar-se com as novas gerações, uma das preocupações presentes entre os doadores. A relação de representação entre os objetos (visível) e o mundo que representam (invisível) apenas pode ser satisfeita quando estes são submetidos ao olhar[7]. Expô-lo poderia significar, assim, para muitos doadores, tornar possível a relação do objeto com tudo aquilo que desejam evocar, sejam aspectos atinentes à sua própria vida ou à vida de outras pessoas, instituições ou grupos sociais. Ou seja, tornar presente a sua dimensão simbólica, o que representam para além da sua materialidade. Como peça de museu, a sua duração reforça o caráter simbólico até que o objeto seja considerado sagrado. Dessa forma, o sagrado estaria relacionado não apenas aos objetos de culto, mas também quando se opera a escolha do que deve ser perpetuado individual ou coletivamente. O museu, assim, ao receber os objetos escolhidos pelos indivíduos para durarem, ao dar-lhes o estatuto de peça de museu, transformam simples objetos em objetos sagrados.
Este processo fica claro na narrativa de uma das funcionárias do Museu, que se nega a utilizar a escrivaninha do antigo Intendente de Porto Alegre Otavio Rocha. Sua fala demonstra dois aspectos: o primeiro aquele que está relacionado à transformação do objeto em peça de museu, quando ele perde o valor de utilidade, passando a ser um suporte de informações sobre a sociedade, passando a ser um documento. O segundo, quando ele passa a ser também, para a depoente, um suporte de significação simbólica por ser peça de museu. A escrivaninha deixa de ser uma mesa e passa a representar a figura do Intendente Otávio Rocha. Inserido no museu, esse aspecto é reforçado até o objeto ser considerado sagrado, e, nesse sentido, intocável.
Considerações finais
As idéias aqui apresentadas, fruto de investigação pontual sobre uma dada instituição, talvez possam contribuir para repensar o universo dos museus. Em primeiro lugar, problematizar o museu e os acervos significa refletir sobre o campo museal, nos moldes aqui propostos, ampliando-o consideravelmente e ultrapassando suas fronteiras. Isso significa não limitar exclusivamente a um corpo de técnicos especialistas a tarefa de atribuição de valor aos bens culturais a serem preservados nos museus. Implica alargar a discussão sobre esse assunto a um número maior possível de indivíduos e de grupos sociais, possibilitando o surgimento de problemas ainda não contemplados ou enfrentados no mundo dos museus, como aqueles relacionados às subjetividades e às sensibilidades dos atores e grupos envolvidos na formação de determinados acervos. Em segundo lugar, problematizar os museus pressupõe concebê-los como um espaço de luta material e simbólica entre as classes, grupos e etnias[8]. Alçando o museu e seus acervos a essa zona de conflito, pode-se ver o museu menos como um santuário dotado de verdades consagradas e mais como produtor e veículo de narrativas que estão enredadas em interesses, em desejos e em vontades de homens, de mulheres, de grupos e de instituições que um dia nas suas vidas vieram a se importar com os museus e com o lugar que estes ocupam na sociedade.
[1] Doutora em História/UFRGS; Coordenadora do Museu IPA; docente do Centro Universitário Metodista IPA.
[2] GOURARIER, Zeev. Le musée entre le monde des morts et celui des vivants. Ethnologie française, t. 14, n. 1, janv. /mars 1984, p. 67-76, p. 68.

[3] Sobre o conceito de campo, ver BOURDIEU, Pierre. As regras da arte. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.; sobre o conceito de campo do patrimônio ver LEWGOY, Bernardo. A invenção de um patrimônio: um estudo sobre as repercussões sociais do processo de tombamento e preservação de 48 casas em Antonio Prado/RS. Porto Alegre, 1992. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul e sobre a discussão do conceito de campo do patrimônio e subcampo dos museus ver POSSAMAI, Zita Rosane. Nos bastidores do museu: patrimônio e passado na cidade de Porto Alegre. Porto Alegre: EST, 2002. Adoto neste texto o conceito de campo museal no sentido de diferenciá-lo de campo museológico, que poderia levar a pensar em um recorte apenas profissional de atuação nos museus. Como refere Pierre Bourdieu, o conceito de campo não se limita a esse viés, é uma rede de relações objetivas, incluindo aqueles agentes que podem interferir nos processos práticos e simbólicos atinentes ao campo. Exemplificando, no caso do campo artístico, estudado pelo sociólogo francês, interferem artistas, historiadores da arte, marchands, críticos de arte, colecionadores, etc.
[4] Algumas narrativas discursivas analisadas e que são base para a escrita desse texto encontram-se em Possamai, op. cit.
[5] DAGOGNET, François. Le musée sans fin. Seyssel: Champ Vallon, 1993, p. 18-19.

[6] A representação de museu guardião aqui apresentada tem não apenas o sentido daquele que “conserva”, mas também aquele que “vigia “ e “protege”. Cabe observar que no dicionário Aurélio a palavra “guardião” é sinônimo de superior religioso de alguns conventos e “guardar” significa também “cuidar”, “vigiar com o fim de proteger”, não apenas deixar depositado, sem risco para a segurança. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio Básico da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira/Folha de São Paulo, 1988.

[7] POMIAN, Krzysztof. Colecção. In: Enciclopédia Einaudi. V. 1 (Memória-História). Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da Moeda, 1984. p. 51-86.

[8] GARCÍA CANCLINI, Néstor. Culturas híbridas: estratégias para entrar y salir de la modernidad. Buenos Aires: Editoral Sudamericana, 1995.