tag:blogger.com,1999:blog-30465199211667607872024-03-13T23:12:11.372-07:00Mnemosyne - blog de Zita PossamaiMnemosyne é a deusa da memória, para os gregos. Da sua união com Zeus nasceram várias musas, entre elas Clio, a deusa da História. Este blog contempla um diálogo entre Clio e Mnemosyne. Memória, Patrimônio, Cidade, Cultura Visual, Fotografia, Educação, Museus são alguns dos temas objeto de discussão e divulgação. Além disso, traz atividades específicas aos estudantes de Educação à Distância da UFRGS.Zita Possamaihttp://www.blogger.com/profile/00478826433675479974noreply@blogger.comBlogger62125tag:blogger.com,1999:blog-3046519921166760787.post-82237367727514025272014-08-31T02:42:00.000-07:002014-08-31T11:49:26.489-07:00Casa Anne Frank<br />
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<a href="http://3.bp.blogspot.com/-0RaNYiw4hsI/VALmML6X3iI/AAAAAAAAAHk/kSooFBRU_vo/s1600/IMG_20140825_173255.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-0RaNYiw4hsI/VALmML6X3iI/AAAAAAAAAHk/kSooFBRU_vo/s1600/IMG_20140825_173255.jpg" height="320" width="240" /></a></div>
A casa Anne Frank pode ser considerada um museu casa com um conceito particular concebido por seu pai Otto Frank, único sobrevivente entre os oito judeus escondidos por mais de dois anos no local. Está localizada no número 263 da Prinsengracht, uma das principais vias com canais, no coração de Amsterdam, capital da Holanda. Os membros da família Frank eram judeus alemães que migraram para a Holanda, quando Hitler ascendeu ao poder, iniciando as perseguições anti-semitas. Em Amsterdam, Otto Frank estabeleceu-se na fabricação de pectina, usada para elaboração de geléias, mantendo também um armazém. Mais tarde a sociedade com a família Van Pels amplia o empreendimento com o conhecimento de Herman Pels em especiarias utilizadas na confecção de carnes e embutidos, enquanto chega até eles as notícias sobre o recrudescimento à perseguição dos judeus na Alemanha. Com o início da Segunda Guerra e a invasão da Holanda pelos nazistas, iniciam-se as perseguições também no país que Otto Frank julgara seguro para estabelecer-se com sua família. Começa, então, montar nos fundos e nos andares superiores de sua fábrica e armazém uma casa, com quartos, sala, cozinha e banheiros para ficarem escondidos até o final do conflito. Ajudados por quatro funcionários de confiança da empresa, os quatro membros da família Frank, três membros da família Pels e mais Fritz Pfeffer, acolhido posteriormente, ficaram escondidos entre julho de 1942 e agosto de 1944, quando são presos, a partir de uma denúnica anônima. Ali,Anne Frank escreveu seu diário, narrando o cotidiano do esconderijo do Anexo Secreto, sob viés subjetivo de uma menina de 13 anos que vivia os sentimentos antagônicos de medo, aflição e esperança de um dia poder sair dali e sentir-se novamente livre. Após a prisão, dois dos ajudantes entraram no local e encontraram o diário de Anne, espalhados entre cadernos e folhas soltas. Estes foram recolhidos, guardados e entregues ao pai de Anne, no término da guerra. Otto Frank organizou e compilou os escritos, excluindo os aspectos privados, decidindo mais tarde publicar o diário, que, ao ser traduzido para cerca de 37 línguas, acabou por se tornar uma das memórias mais potentes da perseguição aos judeus pelos nazistas.<br />
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<a href="http://4.bp.blogspot.com/-ygAaMCT3YSA/VALmgYo2F6I/AAAAAAAAAHs/iNY4CmnxScg/s1600/IMG_20140831_105830.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-ygAaMCT3YSA/VALmgYo2F6I/AAAAAAAAAHs/iNY4CmnxScg/s1600/IMG_20140831_105830.jpg" height="320" width="240" /></a></div>
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Em 1957, o imóvel da Prinsengracht, onde localizara-se o esconderijo, foi ameaçado de demolição, tendo sido preservado graças à iniciativa dos moradores de Amsterdam. Foi então fundada a organização Casa de Anne Frank e Otto Frank foi convidado a compor o Conselho de Curadores. A casa foi restaurada e aberta como museu em 1960. Em 1993 a cidade de Amsterdam autorizou o projeto "Preservação e Futuro da Casa de Anne Frabk",. Em 1999, um novo prédio foi construído, o numero 265 foi restaurado e o prédio 263 foi reformado a partir de plantas e fotografias de Maria Austria, todos documentos de 1957. A restauração restituiu uma atmosfera sombria dos anos 1940, através dos detalhes como maçanetas, interruptores de luz, papel de parede, cores, piso e cortinas.<br />
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Por decisão de Otto Frank a casa não foi reconstituída como na época, mas deixada vazia como fora deixada pelos nazistas, com o intuito de simbolizar o vazio deixado pelos milhares de judeus perseguidos e mortos na Segunda Guerra. Uma maquete reproduz com detalhes a decoração de cada um dos cômodos do Anexo Secreto. Citações do diário de Anne; pequenas fotografias legendadas; as marcas na parede que indicaram o crescimento das meninas nos dois anos do esconderijo; imagens das revistas coladas na parede no quarto de Anne. O vazio do ambiente semi-obscuro, embora pouco carregado pela ausência de artefatos, encarna a emoção das pessoas que ali ficaram escondidas. Aqui, o mais relevante é imaginar-se na época e colocar-se no lugar dos escondidos, que disputavam um espaço exíguo, não podiam fazer qualquer barulho durante o dia e tentavam distrair-se com leituras, aprendizagem de línguas e escritas.<br />
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A exposição do diário de Anne é um dos pontos fortes da exposição. Além dos escritos, vários vídeos são exibidos durante o percurso, alguns traduzidos em 4 ou 5 línguas, outros apenas em holandês e inglês. Ao sair do esconderijo e do prédio histórico, alcança-se o novo edifício, pleno de luz, com a intençã de oferecer conforto ao visitante. Ali, um documentário de cerca de 10 minutos apresenta dezenas de depoimentos sobre o impacto do diário de Anne Frank.<br />
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No catálogo traduzido ao português que pude adquirir na loja do museu, muitas informações complementam a visita, especialmente sobre a casa e o museu. Uma citaçã de Primo Levi, sintetiza o significado do diário de Anne Frank e, consequentemente, do museu:<br />
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"Uma única Anne Frank nos toca mais do que um número incontável de outros que sofreram como ela, mas cujas faces permanecem nas sombras. Talvez seja melhor desta forma; se fosse possível absorvermos todo sofrimento daquelas pessoas, não conseguiríamos viver." (Primo Levi, escritor e sobrevivente de Auschwitz).<br />
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Para saber mais, visite http://annefrank.org/fr/Sitewide/Languages/Portugues/<br />
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Obs: segunda fotografia: Otto Frank, pai de Anne, no dia da inauguração do museu em 1960.<br />
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<br />Zita Possamaihttp://www.blogger.com/profile/00478826433675479974noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3046519921166760787.post-28241170595292905332014-05-07T03:11:00.001-07:002014-05-07T03:11:10.476-07:00Henri Cartier-Bresson em exposição <a href="http://1.bp.blogspot.com/-akZhHvUBXyg/U2oCHHrEBgI/AAAAAAAAAHA/FyG1LzdGJgY/s1600/expo+cartier+3.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-akZhHvUBXyg/U2oCHHrEBgI/AAAAAAAAAHA/FyG1LzdGJgY/s1600/expo+cartier+3.jpg" height="320" width="240" /></a><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O Centro Georges Pompidou em Paris apresenta, de fevereiro a junho de 2014, a exposição Henri Cartier-Bresson que marca uma década do desaparecimento desse grande fotógrafo. A mostra inicia por uma longa cronologia biográfica do artista, possível de ser lida enquanto se aguarda na longa fila de entrada. Composta por diversas salas, a exposição segue um percurso também cronológico da vida e obra de Cartier-Bresson, explorando com detalhes momentos importantes da sua vida profissional, cuja formação foi iniciada na Academia do pintor Andre Lothe. Lá ele aprendeu as regras clássicas da geometria e da composição que vão marcar suas imagens ao longo de sua carreira. Admirador das fotografias da velha Paris de Eugene Atge que ele conhecera através do casal norte-americano Crosby, começa a despertar para a fotografia. Para abordar esse momento da vida de Cartier-Bresson, a mostra expõe alguns óleos dobre tela, colagens e fotografias nitidamente inspiradas no olhar de Atge. </span><br />
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<a href="http://2.bp.blogspot.com/-EuOZarBxJfY/U2oCK-ehlbI/AAAAAAAAAHQ/0dUWO4kIzi0/s1600/expo+cartier.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-EuOZarBxJfY/U2oCK-ehlbI/AAAAAAAAAHQ/0dUWO4kIzi0/s1600/expo+cartier.jpg" height="240" width="320" /></a><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A exposição é composta sobretudo por imagens fotográficas de Henri Cartier-Bresson e a cada sala um pequeno texto fornece informações sobre o momento abordado. Há alguns anos recorro aos áudio-guias no museus. Para os museus de arte tradicionais são ótima solução para aprofundar aspectos de determinadas obras sem corromper a expografia com textos nas paredes, inimagináveis em determinados espaços, sobretudo de arquitetura suntuosa. Na mostra de Cartier-Bresson o áudio repete a informação do texto e aprofunda a análise da imagem a que se refere. A visita com áudio, nesse caso, tornou a expo muito mais rica ao proporcionar elementos de análise das imagens, invisíveis ao observador comum. </span><br />
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Em 1930, Bresson embarcou para África, onde aplicou as inovações da Nova Visão fotográfica. Da atração pelo surrealismo, que o fotógrafo afirmou tê-lo marcado profundamente, Cartier-Bresson adota, a partir dos anos 1930, uma atitude de revolta defendendo o anticolonialismo, os republicanos espanhóis, bem como lutando contra a ascensão do fascismo. Nas imagens dessa década é possível perceber o engajamento social e documental do fotógrafo ao atender diversas encomendas do Partido Comunista. Ainda é possível observar nessa retrospectiva a guinada cinematográfica do fotógrafo e sua preocupação em criar uma narrativa para um público mais amplo. Segundo ele, o cinema não tem relação com a fotografia, pois esta seria uma imagem visual plana, como um desenho, enquanto o cinema seria um discurso. Uma sala com 4 paredes projetavam concomitantemente filmes produzidos entre 1935 e 1945 e um filme sobre a guerra civil espanhola, este exibido numa sala onde o visitante, já cansado no meu caso, poderia sentar-se. </span><br />
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A narrativa segue abordando a consagração do fotógrafo apresentado no MOMA de Nova Iorque em 1947, a opção pelo fotojornalismo e a fundação da cooperativa Magnum Fotos. Os principais acontecimentos do século XX até os anos 1970 passaram pelas lentes de Henri Cartier-Bresson: os funerais de Gandhi, na Índia; a China nos últimos dias do Kuomintang; a Rússia após a morte de Stálin; Cuba na crise dos misseis; maio de 1968, na França. A exposição ainda permite o contato com inúmeras imagens coloridas, produzidas sob encomenda para muitas revistas. Para Bresson, amante incontestável do preto e branco, a fotografia colorida não passava de uma concessão. A partir dos anos 1970, Henri Cartier-Bresson vai abandonando a agência Magnum e a fotorreportagem. Suas fotografias retomam o olhar contemplativo e poético de suas primeiras imagens. Voltando às origens, retorna ao desenho.</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A retrospectiva do centro George Pompidou em parceria com a fundação Henri Cartier-Bresson tem muito do que se espera de uma boa exposição. Sem grandes inovações, apresenta de modo linear e aprofundado a biografia do fotógrafo. Observando suas imagens, o visitante, mesmo que não leia qualquer texto ou escute o áudio-guia, apreende o percurso do artista nos seus aspectos técnico, poético e político, além de conhecer em imagens fotográficas aspectos dos principais acontecimentos do século XX, a partir da mirada de quem foi considerado "o olho do século".</span><br />
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<a href="http://4.bp.blogspot.com/-AtVqdkA9mAg/U2oCJRCsOHI/AAAAAAAAAHI/6N1cVWoKZwA/s1600/expo+cartier+2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-AtVqdkA9mAg/U2oCJRCsOHI/AAAAAAAAAHI/6N1cVWoKZwA/s1600/expo+cartier+2.jpg" height="320" width="240" /></a><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Algumas das máximas de Henri-Cartier-Bresson:</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">"O que conta em uma foto é sua plenitude e sua simplicidade."</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">"As fotos me prendem, não o inverso."</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">"Eu sou um homem visual.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Eu observo, observo, observo.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">É pelos olhos que eu compreendo as coisas."</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">"É a vida que me interessa e sempre a próxima foto."</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Para ver algumas das imagens da exposição, não deixe de entrar aqui:</span><br />
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<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">http://www.centrepompidou.fr/cpv/ressource.action?param.id=FR_R-8c3927ca103e21f93722c4695e4783e&param.idSource=FR_E-8528b4338f3fde2beee8388769730d1</span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span>Zita Possamaihttp://www.blogger.com/profile/00478826433675479974noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3046519921166760787.post-3935822960921226172014-01-15T18:58:00.002-08:002014-01-15T18:58:49.972-08:00A vênus negra e os museus<br />
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Tal fênix renasce das cinzas, meu blog ressurge. E o mote para esse retorno são duas das minhas paixões: cinema e museu. A última postagem aqui publicada referiu-se à repatriação das coleções dos museus europeus ou norte-americanos para seus países de origem. Acabo de assistir um filme que tangencia essa problemática contemporânea ao narrar a biografia de Saartjie Baartman, africana da etnia hotentote que, no século XIX, deixa o Cabo (hoje África do Sul) rumo à Europa, acompanhada de seu senhor branco, com a promessa de enriquecer atuando em um circo. Sarah acaba sendo forçada a exibir seu corpo em espetáculos em Londres e Paris, servindo de atração para os olhos brancos europeus ávidos pelo exótico proveniente dos continentes neocolonizados. Com direção de Abellatif Kechiche e tendo Yahima Torres no papel principal, o filme francês, belga e tunisiano, lançado em 2010, aborda a curiosidade européia diante deste outro, proveniente da África e que apresenta características anatômicas peculiares que suscitam a curiosidade. Onde os museus entram nessa história? Os cientistas do Museu do Homem de Paris também vão se interessar pela vênus hotentote e vão tentar investigá-la - evidentemente no âmbito dos parâmetros da ciência da época, calcada na frenologia e na craniometria, embora esta se recuse a expor a intimidade de seu corpo. O drama de Sarah apresentado no filme, além de mostrar a crueza e o sofrimento impetrados pelos brancos aos africanos desterritorializados, toca no desencontro entre diferenças étnicas e de gênero, onde o corpo é usurpado por meio da exposição ao olhar, seja um olhar sexualizado, seja um olhar científico que almeja o conhecimento sobre o outro. O filme corporifica o drama vivido por muitos africanos submetidos a esse olhar, a exemplo daqueles que foram fotografados para nutrirem o gosto europeu por imagens do exótico ou para finalidades científicas, quando não foram diretamente expostos, como no caso de Sarah. Os restos e registros da vênus hotentote produzidos pelo Museu de Paris foram devolvidos à África do Sul nos anos 1990, quando os museus intensificavam esse debate internacional. Como menciona o filme, ao mostrar esse movimento contemporâneo, o mal feito à Sarah não pode ser reparado, mas, ao menos, seus restos podem hoje descansar em paz nas terras de seus antepassados.<br />
Para ver o filme: http://filmesonlinetocadoscinefilosvideos.blogspot.com.br/2013/08/venus-negra-2010-direcao-abdellatif.html<br />
<br />Zita Possamaihttp://www.blogger.com/profile/00478826433675479974noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-3046519921166760787.post-33707708141380870552011-07-02T15:23:00.000-07:002011-07-02T15:23:39.458-07:00Museus devolvem coleções aos países de origemQuem conhece um pouco a história dos museus, sabe que muitas das coleções dos grandes museus do mundo originaram-se das conquistas territoriais em regiões estrangeiras. Pilhagens de guerra ou expedições científicas não raro explicam a formação de coleções fantásticas provenientes da África, Oriente e América presentes nos grandes museus europeus e norte-americanos. Há alguns anos, no entanto, o campo internacional dos museus vem debatendo a devolução de coleções aos seus países de origem. O assunto é controverso e já se falou que se o Museu do Louvre, por exemplo, necessitasse devolver sua coleção de pintura italiana renascentista (incluindo a Mona Lisa), teria que fechar suas portas. No esteio dessa discussão forja-se o conceito de Museu Universal, aqueles museus responsáveis por abrigar coleções provenientes de todo o globo, entre os quais estariam apenas o próprio Louvre, o Britânico e o Metropolitan. Enquanto os debates continuam, algumas iniciativas vem sendo efetivadas por alguns museus. A edição do mais recente Boletim do Conselho Internacional de Museus (fevereiro 2011) noticiou duas ações nesse sentido e que merecem consideração. A primeira delas refere-se à devolução ao governo do Chile de quatro múmias pré-colombianas, datando de 5000 a.C. que se encontravam sob guarda do Museu de Etnografia de Genebra, Suiça. Esse é um caso curioso e que não serve de exemplo dos casos mencionados acima. Essas múmias haviam sido oferecidas a esse museu por um colecionador. O Museu, no entanto, seguindo o código de Deontologia do ICOM, não aceitou a doação e buscou conhecer a proveniência legal das peças. A partir do momento em que o colecionador expressou sua vontade de restituir as múmias ao Chile, o Museu de Etnografia passou a cuidar de sua guarda. Outra iniciativa pode ser considerada, no mínimo, oportunista. O Museu do Brooklin de Nova Iorque anunciou no jornal <i>New York Times </i>o desejo de restituir 4000 peças arqueológicas pré-colombianas ao Museu Nacional da Costa Rica. Essas obras fazem parte de uma coleção de 16000 peças reunidas ao longo do século XIX por Minor C. Keith, antes de serem adquiridas pelo Museu em 1934. Até aqui tudo bem. No entanto, o Museu do Brooklin deseja receber 59000 dólares para que o Museu Nacional da Costa Rica possa expor a coleção. Vê-se que o debate e a reflexão suscitada pela problemática colocada pelas restituições tem gerado práticas das mais diversas e inusitadas. Acompanhemos atentos. Quem sabe algum museu estrangeiro devolve ao Brasil algum objeto importante do patrimônio brasileiro.Zita Possamaihttp://www.blogger.com/profile/00478826433675479974noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3046519921166760787.post-28300734443485323312011-05-13T17:58:00.001-07:002011-05-13T18:09:05.791-07:00Clubes Sociais Negros do Rio Grande do Sul<div>Os clubes sociais foram importantes espaços de sociabilidade dos negros no estado do Rio Grande do Sul. Graças à incansável atuação de Giane Vargas e outros militantes, em Santa Maria, o Clube 13 de Maio foi preservado e abriga, hoje, um museu comunitário. Agora, chegou a vez de lutar pela preservação do Clube 24 de Agosto, localizado em Jaguarão, no Sul do Estado. A Unipampa, sediada naquela cidade, está engajada nesse movimento. Abaixo um texto com maiores detalhes e o link para assinar a petição.</div><div><br /></div><div><a href="http://museutrezedemaio.blogspot.com/">http://museutrezedemaio.blogspot.com</a></div><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; "><a href="http://www.peticaopublica.com.br/?pi=clube24" target="_blank" style="color: rgb(20, 125, 186); ">http://www.peticaopublica.com.<wbr>br/?pi=clube24</a><br /><br />O texto é o da moção de apoio à causa do 24 construída em parceria entre Câmara Municipal, Prefeitura, Clube 24 de Agosto e coletivo da UNIPAMPA.<br />Peço que reproduzam este texto e o abaixo-assinado em blogs, sites, em todos os lugares!<br />Na última segunda-feira os integrantes do Clube 24, profissionais da UNIPAMPA e demais interessados da sociedade, estiveram em audiência com a Câmara de Vereadores. No final foi votada uma moção de apoio à luta do Clube 24 por sua sede social e foi montada uma comissão (Clube, Câmara Municipal, Prefeitura Municipal, Coletivo da UNIPAMPA) que reivindicará uma reunião com o Ministério Público Federal afim de apresentar um dossiê sobre o caso e pedir a reavaliação dos processos.<br />Nesta última terça, em reunião na sede do Clube, começou a organização de um ato cultural que terá como ponto central um abraço solidário ao Clube 24 de Agosto. Este ato acontecerá no dia 15 de maio à tarde, um domingo. Semana que vem encaminharemos os cartazes da atividade para que a divulgação se multiplique!<br />Muito obrigado pela tua atenção e pelo teu apoio!<br />Assinam este email,<br />Caiuá Cardoso Al-Alam<br />HIlda Jaqueline Fraga<br />Adriana Fraga<br />Maria Fernanda Passos<br />Andrea Lima<br />Clube 24 de Agosto<br /><br /><br /><br /><span style="font-weight: bold; ">Moção de apoio ao Clube 24 de Agosto na luta da manutenção de sua sede social</span><br /><br /><p style="margin-bottom: 0cm; ">Tendo em vista a importância da participação da comunidade na preservação de seu patrimônio cultural, vimos por intermédio deste, manifestar nosso apoio ao Clube negro 24 de Agosto. O Clube está passando por um processo em que pode vir a perder sua sede. Reconhecendo ser este um território de preservação da cultura afrobrasileira solicitamos o envolvimento de toda a sociedade nesta causa.</p><p style="margin-bottom: 0cm; "><br /></p><p style="margin-bottom: 0cm; ">Fundado em 1918 por trabalhadores negros que se uniram em classe – a chamada “União da Classe”, no âmbito do Círculo Operário Jaguarense -, o Clube 24 de Agosto, conforme demonstram trabalhos de história, consolidou-se com um importante espaço de sociabilidade e resistência da comunidade negra jaguarense, que era excluída dos locais de divertimento da sociedade da época, no período do pós-abolicionismo.</p><p style="margin-bottom: 0cm; "></p><p style="margin-bottom: 0cm; ">Neste sentido, buscamos apoio para a preservação da memória em torno do bem e solicitamos a abertura de processo de tombamento para a proteção legal da construção, visando impedir a destruição do prédio e/ou alterações que venham a descaracterizá-lo.</p><p style="margin-bottom: 0cm; "><br /></p><p style="margin-bottom: 0cm; ">Também solicitamos apoio ao reconhecimento do Clube 24 de Agosto como território negro de ações sociais e culturais da cidade de Jaguarão.</p><p style="margin-bottom: 0cm; "><br /></p><p style="margin-bottom: 0cm; ">Mais ainda, buscamos o reconhecimento da prática social do Clube 24 de Agosto como pertencente a um conjunto maior de ações culturais afrodescendentes, contextualizadas no cenário nacional e estadual, de atuação dos clubes sociais negros como territórios vitais para a construção, revitalização e atuação de identidades culturais.</p><p style="margin-bottom: 0cm; "><br /></p><p style="margin-bottom: 0cm; ">Para tanto, solicitamos a revisão dos trâmites processuais dos processos número 70040221855 e 70042166249, que acabaram levando ao leilão da sede do Clube 24 de Agosto, tendo em vista os equívocos apontados pela advogada responsável pela condução de tais processos.</p><p style="margin-bottom: 0cm; "><br /></p><p style="margin-bottom: 0cm; ">Para finalizar solicitamos a não execução da dívida oriunda de cobranças de arrecadação de execuções musicais pelo ECAD, visto que, a entidade é questionada nacionalmente pela forma de atuação.</p><br /></span></div>Zita Possamaihttp://www.blogger.com/profile/00478826433675479974noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3046519921166760787.post-35933992933764949602011-04-16T12:18:00.000-07:002011-04-16T12:36:39.758-07:00Shangai por Xuanmim Jin<div>O segundo fotógrafo chinês, também designer, radicou-se em Shangai em 2004. Suas vistas da cidade sao exuberantes, mostrando a arquitetura pós-moderna convivendo com a urbe histórica. Nao consegui baixar aqui nenhuma imagem, mas o site é bastante convidativo. Através de suas fotografias, conhece-se a Shangai fotografada por ele. Visite <a href="http://www.xmjphotos.com/">http://www.xmjphotos.com</a></div>Zita Possamaihttp://www.blogger.com/profile/00478826433675479974noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3046519921166760787.post-45187138263332771512011-04-16T11:43:00.000-07:002011-04-16T11:52:15.242-07:00China por Gangfeng Wang<a href="http://2.bp.blogspot.com/-rcUKpimMuos/TanjYyh_hpI/AAAAAAAAAGM/ohC8tobAlQE/s1600/b-000007-m%2B-%2B%25E5%2589%25AF%25E6%259C%25AC.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 166px;" src="http://2.bp.blogspot.com/-rcUKpimMuos/TanjYyh_hpI/AAAAAAAAAGM/ohC8tobAlQE/s200/b-000007-m%2B-%2B%25E5%2589%25AF%25E6%259C%25AC.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5596254027005265554" /></a>Por acaso encontrei dois cartoes de galerias de fotografias que visitei em Shangai. Ambas localizavam-se no Centro Financeiro da cidade, uma das torres mais altas do mundo. Visitando o site do fotógrafo Gangfeng Wang fiquei, mais uma vez, em êxtase com suas fotografias. Segundo seu site, ele foi o primeiro fotógrafo de moda da China, tendo clicado para a revista Elle. Mas o que gostei mesmo foram as imagens das pessoas comuns que se dedicou a fotografar pelos recônditos da China. Sao imagens de pura beleza, especialmente de criancas e velhos. Essa imagem postada aqui será meu gancho para falar em próximo post da tolerância no trânsito de Shangai, onde convivem amistosamente carros, bicicletas, carrocas e pedestres. Nao deixem de percorrer essas imagens, pois sao simplesmente fascinantes.<div><a href="http://www.gangofone.com.cn/">http://www.gangofone.com.cn</a> </div>Zita Possamaihttp://www.blogger.com/profile/00478826433675479974noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3046519921166760787.post-36151964158456214752011-03-02T15:25:00.000-08:002011-03-02T15:32:12.240-08:00Aprovada regulamentação da profissão de historiador<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 24px; "><div class="tituloVerNoticia" style="text-align: justify; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; font: normal normal bold 24px/normal 'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif; "><span class="Apple-style-span">Os colegas historiadores do Rio Grande do Sul sabem que defendo a regulamentação da nossa profissão. Parece que uma das batalhas já está vencida. O projeto de lei foi aprovado na CCJ do Senado. A notícia publicada no site do Senado está transcrita abaixo, dando detalhes das modificações solicitadas pelos deputados.</span></div><div class="tituloVerNoticia" style="text-align: justify; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; font: normal normal bold 24px/normal 'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif; "><span class="Apple-style-span"><br /></span></div><div class="tituloVerNoticia" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; font: normal normal bold 24px/normal 'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif; "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', Arial, sans-serif; font-size: 16px; "><div class="titulosPaginas" style="text-align: justify; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 3px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; font: normal normal normal 20px/normal 'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif; background-image: url(http://www.senado.gov.br/noticias/img/bgTitulos.gif); background-attachment: initial; background-origin: initial; background-clip: initial; background-color: initial; font-weight: normal; background-position: 50% 0%; background-repeat: repeat no-repeat; ">/NOTÍCIAS</div><div id="divTextoPagina-noticias" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 15px; padding-bottom: 0px; padding-left: 15px; font: normal normal normal 14px/normal 'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 24px; "><div class="editoriaVerNoticia" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; font-size: 12px; "><div style="text-align: justify;font-weight: normal; "><b style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; font-weight: bold; ">COMISSÕES / Constituição e Justiça</b></div><div style="text-align: justify;">02/03/2011 - 15h14</div></div></div></span><div style="text-align: justify; "><span class="Apple-style-span">CCJ aprova regulamentação da profissão de historiador</span></div></div><div class="textoNovo" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; "><div style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0.5em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; width: 570px; "><div style="margin-top: 0px; margin-right: 5px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; width: 564px; float: left; "><p class="MsoNormal" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 20px; padding-left: 0px; "><span class="Apple-style-span" >A</span> regulamentação da profissão de historiador foi aprovada, nesta quarta-feira (2), pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). A proposta, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), estabelece que a profissão de historiador poderá ser exercida pelos diplomados em curso de graduação, mestrado ou doutorado em História.</p><p class="MsoNormal" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 20px; padding-left: 0px; ">Entre as atribuições dos historiadores, o projeto (<a class="we_frase" href="http://www.senado.gov.br/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=92804" target="_blank" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; text-decoration: none; font-weight: bold; ">PLS 368/09</a>) lista o ensino da disciplina no ensino básico e superior; o planejamento, a organização, a implantação e a direção de serviços de pesquisa histórica; o assessoramento voltado à avaliação e seleção de documentos para fins de preservação.</p><p class="MsoNormal" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 20px; padding-left: 0px; ">A proposta já havia sido aprovada em <span class="textoApoio auxiliar" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-bottom-width: 1px; border-bottom-style: dotted; border-bottom-color: rgb(0, 111, 159); cursor: help; position: relative; ">decisão terminativa</span>, em março de 2010, pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS). Mas a aprovação de emenda de Plenário do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) e de requerimentos dos senadores Flexa Ribeiro (PSDB-PA) e do então senador Flávio Arns (PSDB-PR) fez a matéria retornar à CAS, bem como exigiu sua análise pela CCJ e pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE).</p><p class="MsoNormal" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 20px; padding-left: 0px; ">Relator do projeto na CCJ, Flexa Ribeiro recomendou sua aprovação com o acolhimento da emenda de Alvaro Dias. A mudança proposta em Plenário simplificou uma das atribuições dos historiadores para a "organização de informações para publicações, exposições e eventos sobre temas de História". O texto aprovado pela CAS detalhava os locais (empresas, museus, editoras, produtoras de vídeo e CD-ROM ou emissoras de televisão) de realização dessa atividade.</p><p class="MsoNormal" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 20px; padding-left: 0px; ">- O texto original do inciso que se pretende alterar era excessivamente detalhista e enumeratório, o que depõe contra a generalidade, clareza e precisão da norma - explicou Flexa Ribeiro em seu parecer.</p><p class="MsoNormal" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 20px; padding-left: 0px; ">O relator reconheceu o "relevante" papel exercido pelos historiadores na sociedade e considerou que a inexistência de uma regulamentação pode abrir esse campo a profissionais de outras áreas sem as qualificações necessárias para desenvolver um trabalho adequado com objetos e assuntos históricos.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 20px; padding-left: 0px; "><span class="nomeJornalista" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; ">Iara Farias Borges e Simone Franco / Agência Senado</span></p></div></div></div></span>Zita Possamaihttp://www.blogger.com/profile/00478826433675479974noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3046519921166760787.post-21936644414757501652011-03-02T15:14:00.000-08:002011-03-02T15:21:57.894-08:00Destruição dos Documentos Judiciais<p class="MsoNormal"></p><p class="MsoNormal" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; "><span class="apple-style-span"><span style="font-family:"Trebuchet MS","sans-serif"; color:black">Transcrevo abaixo a notícia publicada no Boletim da Associação Nacional de História, em março de 2011, sobre a destruição dos processos judiciais, prevista no novo Código de Processo Civil: </span></span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" ><span class="apple-style-span"><span style="color: black; ">A ANPUH- Associação Nacional de História através de sua diretoria, de seus representantes junto ao CONARQ e de alguns de seus filiados como as professoras Silvia Hunold Lara, Fernando Teixeira e Gladys Sabina Ribeiro vem participando ativamente das discussões em torno do novo Código de Processo Civil, que já foi aprovado no Senado Federal e que se encontra na Câmara Federal para tramitação. No final do ano passado tudo o que se conseguiu foi a retirada do projeto de qualquer referência a questão da destruição dos processos judiciais. Continuaremos lutando junto aos deputados para que o novo código, ao contrário do que querem amplos setores do Judiciário, embora tenhamos do nosso lado importantes lideranças dessa área, não preveja nenhuma forma de destruição dos processos judiciais, e que esta questão seja tratada por uma lei específica, no bojo da discussão mais ampla de uma política nacional de arquivos. Estamos enviando</span></span><span class="apple-converted-space"><span style="color: black; "> </span></span><span class="apple-style-span"><span style="color: black; "><a href="http://anpuhnacional.enviodenews.com/registra_clique.php?id=H%7C89091%7C34439%7C38261&url=http%3A%2F%2Fwww.anpuh.org%2Fdownload%2Fdownload%3FID_DOWNLOAD%3D461" target="_blank"><span style="color:#147DBA">carta ao Presidente do Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ)</span></a></span></span><span class="apple-converted-space"><span style="color: black; "> </span></span><span class="apple-style-span"><span style="color: black; ">solicitando uma reunião daquele órgão para a discussão dessa matéria.</span></span></span></p> <p class="MsoNormal"><o:p><span class="Apple-style-span" > </span></o:p></p> <table class="MsoNormalTable" border="0" cellspacing="0" cellpadding="0" width="530" style="width: 397.5pt; "> <tbody><tr> <td valign="top" style="padding:0cm 0cm 0cm 0cm"> <p class="MsoNormal" style="mso-margin-top-alt:auto;mso-margin-bottom-alt:auto; line-height:normal"><span class="Apple-style-span" ><span style="font-size: 10pt; ">UMA LEI PARA PROTEGER OS PROCESSOS JUDICIAIS</span><span style="font-size: 12pt; "><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="mso-margin-top-alt:auto;mso-margin-bottom-alt:auto; line-height:normal"><span class="Apple-style-span" ><span style="font-size: 10pt; ">Volto a tratar de um tema candente: o da preservação do patrimônio documental no Brasil - mais especificamente da documentação produzida pelo Judiciário.</span><span style="font-size: 12pt; "><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="mso-margin-top-alt:auto;mso-margin-bottom-alt:auto; line-height:normal"><span class="Apple-style-span" ><span style="font-size: 10pt; ">Como todos devem lembrar, em meados do ano passado, o Projeto de Lei 166/2010, que reforma o Código de Processo Civil, incluiu um artigo (de número 967) permitindo a destruição dos autos findos há mais de cinco anos. Logo houve uma grande movimentação em torno das idéias preservacionistas: reuniões com o presidente da comissão que redigiu o Projeto de Lei e com diversos senadores, até se chegar à emenda Suplicy, que invertia o sentido daquele famigerado artigo, defendendo a preservação dos processos judiciais (em seu suporte original ou por meio da microfilmagem ou digitalização). Tudo parecia caminhar bem até que, no jogo de forças do Senado, os defensores da eliminação dos processos conseguiram reverter o quadro nos instantes finais da tramitação, introduzindo no texto que foi submetido à votação o artigo 1.005, cuja redação era ainda mais radical que a do 967.</span><span style="font-size: 12pt; "><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="mso-margin-top-alt:auto;mso-margin-bottom-alt:auto; line-height:normal"><span class="Apple-style-span" ><span style="font-size: 10pt; ">Felizmente, o bom senso prevaleceu, não sem pressões, e o texto aprovado pelo Senado em 15 de dezembro do ano passado e enviado à Câmara dos Deputados excluiu aquela determinação. Mas também não incluiu qualquer artigo sobre a necessidade de se guardar e preservar e os processos judiciais.</span><span style="font-size: 12pt; "><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="mso-margin-top-alt:auto;mso-margin-bottom-alt:auto; line-height:normal"><span class="Apple-style-span" ><span style="font-size: 10pt; ">O assunto volta, portanto, à baila - e é urgente.</span><span style="font-size: 12pt; "><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="mso-margin-top-alt:auto;mso-margin-bottom-alt:auto; line-height:normal"><span class="Apple-style-span" ><span style="font-size: 10pt; ">O que fazer a partir de agora?</span><span style="font-size: 12pt; "><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="mso-margin-top-alt:auto;mso-margin-bottom-alt:auto; line-height:normal"><span class="Apple-style-span" ><span style="font-size: 10pt; ">A resposta depende de três aspectos importantes, de natureza diversa.</span><span style="font-size: 12pt; "><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="mso-margin-top-alt:auto;mso-margin-bottom-alt:auto; line-height:normal"><span class="Apple-style-span" ><span style="font-size: 10pt; ">Em primeiro lugar, os esforços empreendidos até agora visaram eliminar qualquer determinação destrutivista do corpo do Código de Processo Civil. Reagimos a uma agressão à História. Por isso, a ausência do artigo 967 (e do seu substitutivo 1.005) no texto do Projeto de Lei que seguiu para a Câmara pode ser considerada uma vitória. Em segundo lugar, é preciso reconhecer que não basta lutar por determinações preservacionistas somente para os processos civis. O Código do Processo Criminal nada fala a respeito da guarda permanente dos autos judiciais e, na Justiça do Trabalho, a lei 7.627, de 10 de novembro de 1987 - ainda vigente - permite a "<a href="http://anpuhnacional.enviodenews.com/registra_clique.php?id=H%7C89085%7C34439%7C38261&url=http%3A%2F%2Fwww.unicamp.br%2Fcecult%2Fpdf%2Flei%2520no%25207.627%2520de%252010.11.1987.pdf" target="_blank"><span style="mso-bidi-font-size:11.0pt;color:#147DBA">a eliminação, por incineração, destruição mecânica ou por outro meio adequado, de autos findos há mais de 5 (cinco) anos, contado o prazo da data do arquivamento do processo</span></a>". Mesmo que o Código de Processo Civil determinasse a preservação dos processos, haveria um longo caminho a percorrer até que essa se tornasse uma prática legalmente reconhecida em todas as áreas da Justiça.</span><span style="font-size: 12pt; "><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="mso-margin-top-alt:auto;mso-margin-bottom-alt:auto; line-height:normal"><span class="Apple-style-span" ><span style="font-size: 10pt; ">Em terceiro lugar, a lei 6.246, de 1975, que suspendeu o artigo 1.215 do atual Código de Processo Civil (promulgado em 1973) que também mandava eliminar os autos findos há mais de cinco anos, menciona explicitamente a necessidade de uma "<a href="http://anpuhnacional.enviodenews.com/registra_clique.php?id=H%7C89086%7C34439%7C38261&url=http%3A%2F%2Fwww.unicamp.br%2Fcecult%2Fpdf%2Flei+no+6.246+de+07.10.1975.pdf" target="_blank"><span style="mso-bidi-font-size:11.0pt;color:#147DBA">lei especial [que] discipline a matéria</span></a>". A lei 6.246 resultou de embates semelhantes aos que empreendemos no último ano, mas a elaboração de uma legislação especial sobre a matéria até agora não aconteceu. A tal lei, no entanto, é mais do que necessária: somente uma lei especial sobre o assunto poderá tratar da Justiça Civil, Criminal, Militar, do Trabalho e Eleitoral - em seus diversos tribunais e atividades administrativas.</span><span style="font-size: 12pt; "><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="mso-margin-top-alt:auto;mso-margin-bottom-alt:auto; line-height:normal"><span class="Apple-style-span" ><span style="font-size: 10pt; ">Certamente precisamos acompanhar com atenção e cuidado a tramitação do Projeto de Lei na Câmara dos Deputados. O processo é semelhante ao que se passou até agora: num primeiro momento, são designados relatores e formadas comissões; em seguida, abre-se o prazo para apresentação de emendas; depois realizam-se audiências públicas, até se chegar à votação do texto final. As alterações feitas pela Câmara dos Deputados serão, finalmente, analisadas pelo Senado - e só depois o texto segue para a sanção presidencial. O caminho é longo e as forças contrárias à preservação já se mostraram suficientemente articuladas para alterações de última hora.</span><span style="font-size: 12pt; "><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="mso-margin-top-alt:auto;mso-margin-bottom-alt:auto; line-height:normal"><span class="Apple-style-span" ><span style="font-size: 10pt; ">Levando em consideração esses três aspectos, ao invés de lutar para introduzir um novo artigo de caráter preservacionista (por meio de uma nova emenda) no atual Projeto de Lei, melhor seria, do ponto de vista estratégico e do mérito mesmo do assunto, atuar de forma conjunta a fim de: a) manter o texto do Projeto de Lei que reforma o Código de Processo Civil como está, sem qualquer menção à preservação dos processos judiciais; e b) propor um Projeto de Lei que trate da necessidade da preservação dos processos em todos os níveis do Poder Judiciário.</span><span style="font-size: 12pt; "><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="mso-margin-top-alt:auto;mso-margin-bottom-alt:auto; line-height:normal"><span class="Apple-style-span" ><span style="font-size: 10pt; ">Tendo em vista a complexidade dos temas envolvidos na tramitação do Projeto do novo Código de Processo Civil, essa é uma alternativa viável, mais consistente e também "prática": vencida a etapa das discussões na Câmara e aprovado um texto sem um artigo sobre a matéria, não há mais possibilidade de alterações no texto, já que a sanção presidencial tem caráter apenas supressivo. Por outro lado, um Projeto de Lei específico sobre essa matéria - ainda que sua tramitação leve certo tempo - pode tratar do tema em toda a sua amplitude e abrangência.</span><span style="font-size: 12pt; "><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="mso-margin-top-alt:auto;mso-margin-bottom-alt:auto; line-height:normal"><span class="Apple-style-span" ><span style="font-size: 10pt; ">Desde 1994, quando foi instalado, o Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ) vem insistindo na necessidade de elaborar dispositivos legais para a preservação dos acervos do Poder Judiciário "julgados de valor permanente". Em 2003, discutiu uma minuta e, em 2010, elaborou um Projeto de Lei para a Gestão de Documentos do Poder Judiciário (Anexo IV da Nota Técnica nº1/2010 do Conselho Nacional de Arquivos - CONARQ sobre o art. 967 do Projeto de Lei PLS 166/2010). O Poder Judiciário, por sua vez, vem implementando desde 2009 um Programa Nacional de Gestão Documental (PRONAME) , que já conta com tabelas de temporalidade para todos os documentos da Justiça do país e um manual de gestão documental que em breve serão discutidos pelo Conselho Nacional de Justiça e, se aprovados, tornar-se-ão obrigatórios para todo o Poder Judiciário.</span><span style="font-size: 12pt; "><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="mso-margin-top-alt:auto;mso-margin-bottom-alt:auto; line-height:normal"><span class="Apple-style-span" ><span style="font-size: 10pt; ">Aparentemente, todos parecem trabalhar na mesma direção - mas apenas aparentemente. Formuladas por arquivistas e membros do poder judiciário, as propostas produzidas no âmbito da Justiça deixam muito a desejar quanto à História. A leitura dos textos produzidos por esses órgãos é árdua, dado seu caráter técnico, mas reveladora. Examino aqui apenas uma questão, dentre tantas outras que merecem análise, somente por falta de espaço: a das Tabelas de Temporalidade. A escolha não é fortuita, já que elas constituem a pedra angular de todas as propostas encaminhadas pelo PRONAME e são importantes em toda e qualquer política de arquivos.</span><span style="font-size: 12pt; "><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="mso-margin-top-alt:auto;mso-margin-bottom-alt:auto; line-height:normal"><span class="Apple-style-span" ><span style="font-size: 10pt; ">Essas tabelas indicam o tempo de guarda após a "baixa definitiva" do documento, o prazo que permanece no arquivo corrente ou temporário e sua destinação final, se eliminado ou guardado de forma permanente. Ainda que as Tabelas indiquem a guarda permanente de vários documentos, não deixa de surpreender que a primeira frase da "Nota Introdutória" às Tabelas de Temporalidade elaboradas pelo PRONAME para os processos judiciais da Justiça Estadual e Federal, por exemplo, fale na "<a href="http://anpuhnacional.enviodenews.com/registra_clique.php?id=H%7C89087%7C34439%7C38261&url=http%3A%2F%2Fwww.cnj.jus.br%2Fimages%2Fconteudo2008%2Fpesquisas_judiciarias%2Fjn2009%2FNota_introdutoria_revisao_18-08-2010.pdf" target="_blank"><span style="mso-bidi-font-size:11.0pt;color:#147DBA">sistemática de trabalho para a eliminação de autos judiciais findos</span></a>"... .</span><span style="font-size: 12pt; "><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="mso-margin-top-alt:auto;mso-margin-bottom-alt:auto; line-height:normal"><span class="Apple-style-span" ><span style="font-size: 10pt; ">Premidos pelo esgotamento da capacidade de armazenamento da documentação e pelas dificuldades orçamentárias, o Judiciário acaba pensando tão somente em descartar e eliminar. Discutida apenas inter pares, as Tabelas de Temporalidade elaboradas no âmbito do Judiciário são bem pouco generosas em termos da preservação, propondo uma grande seletividade (inclusive com questionáveis procedimentos de amostragem) e adotando critérios que, além de subjetivos, algumas vezes apenas contemplam os aspectos legais para a guarda permanente da documentação.</span><span style="font-size: 12pt; "><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="mso-margin-top-alt:auto;mso-margin-bottom-alt:auto; line-height:normal"><span class="Apple-style-span" ><span style="font-size: 10pt; ">Querem um exemplo? Segundo uma das Tabelas de Temporalidade disponibilizadas na internet, os processos criminais com sentenças condenatórias são considerados de guarda permanente (em razão da existência do instituto de revisão criminal, que faculta ao condenado solicitar a qualquer tempo o reexame de seu processo), mas aqueles que gerarem decisões absolutórias "deverão permanecer em Arquivo Intermediário pelo prazo de vinte anos",<a href="http://anpuhnacional.enviodenews.com/registra_clique.php?id=H%7C89088%7C34439%7C38261&url=http%3A%2F%2Fwww.cnj.jus.br%2Fimages%2Fimprensa%2Fdpj%2Ftabela_de_assunto_stj2.pdf" target="_blank"><span style="mso-bidi-font-size:11.0pt;color:#147DBA"> sendo então eliminados, desde que "o assunto não seja de guarda permanente</span></a>". Ora, tal avaliação é claramente pautada por questões legais, da prescrição ou não dos prazos e das causas. Mas aniquila de vez a possibilidade de uma história do Judiciário que pretenda avaliar as condições de produção do julgamento na área criminal: se aplicada a Tabela proposta pelo PRONAME, até a simples pergunta sobre os critérios que, ao longo do tempo, levaram a Justiça a condenar ou a absolver alguém ficará sem qualquer resposta, pois o termo de comparação terá sido simplesmente destruído!</span><span style="font-size: 12pt; "><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="mso-margin-top-alt:auto;mso-margin-bottom-alt:auto; line-height:normal"><span class="Apple-style-span" ><span style="font-size: 10pt; ">Diante da constatação de que nem sempre se consegue guardar tudo, certamente é preciso escolher o que guardar. Nessa escolha, porém, é preciso que a História seja contemplada. A documentação do Judiciário produzida até a virada do século XIX para o XX sofreu o ataque das traças, a ação dos bolores e os maus cuidados. Mesmo assim, muita coisa sobreviveu e tem servido para renovar a abordagem de vários temas da História no Brasil, e para abrir novos campos, como a História Social do Direito. As fórmulas "mágicas" que reduzem fantasticamente o que deve ser preservado, defendidas por vários arquivistas e autoridades públicas, ou a razão legalista que se observa nas Tabelas de Temporalidade do PRONAME podem casar bem com o interesse pragmático dos "gestores" da área Judicial, que sempre alegam "custos de armazenagem", mas está completamente divorciada das necessidades da História. Se essas propostas vingarem, a mão dos homens fará na documentação produzida ao longo dos séculos XX e XXI um estrago muito maior do que traças e bolores fizeram nas fontes judiciais mais antigas...</span><span style="font-size: 12pt; "><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="mso-margin-top-alt:auto;mso-margin-bottom-alt:auto; line-height:normal"><span class="Apple-style-span" ><span style="font-size: 10pt; ">Por isso, não podemos nos ausentar dessa discussão - nem deixar que sejamos sub-representados ou sequer considerados na composição das comissões avaliadoras. O lugar desse debate é certamente o CONARQ, órgão central do Sistema Nacional de Arquivos (SINAR), ao qual todas as políticas de preservação documental no país devem estar referidas. É ali que uma nova "lei especial", encarregada de disciplinar o modo da preservação dos processos da Justiça Civil, Criminal, Militar, do Trabalho e Eleitoral será discutida e elaborada. Precisamos fazer com que os deveres constitucionais de preservação do patrimônio documental da nação sejam cumpridos e respeitados, a fim de que os interesses mais amplos da cidadania, da preservação do patrimônio documental e da Justiça possam estar todos contemplados de forma equânime, equilibrada e harmoniosa.</span><span style="font-size: 12pt; "><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="mso-margin-top-alt:auto;mso-margin-bottom-alt:auto; line-height:normal"><span class="Apple-style-span" ><span style="font-size: 10pt; ">Ou será que vamos nos eximir dessa responsabilidade?</span><span style="font-size: 12pt; "><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="mso-margin-top-alt:auto;mso-margin-bottom-alt:auto; line-height:normal"><span class="Apple-style-span" ><span style="font-size: 10pt; ">Silvia Hunold Lara(Depto. História - UNICAMP)</span><span style="font-size: 12pt; "><o:p></o:p></span></span></p> </td> </tr> <tr style="mso-yfti-irow:1;mso-yfti-lastrow:yes;height:30.0pt"> <td style="padding:0cm 0cm 0cm 0cm;height:30.0pt"> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;line-height: normal"><span style="font-size: 12pt; "><span class="Apple-style-span" > <o:p></o:p></span></span></p> </td> </tr> </tbody></table> <p class="MsoNormal"><o:p><span class="Apple-style-span" > </span></o:p></p><p></p>Zita Possamaihttp://www.blogger.com/profile/00478826433675479974noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3046519921166760787.post-85881137483992447572011-02-19T16:40:00.000-08:002011-02-26T15:13:31.647-08:00Sesmaria, Tartarugas e Pelourinho<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://2.bp.blogspot.com/-4BnatrcPp4c/TWmIGuAMqsI/AAAAAAAAAFs/Kz-0F8gi8eY/s1600/DSC00436.JPG"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 150px; height: 200px;" src="http://2.bp.blogspot.com/-4BnatrcPp4c/TWmIGuAMqsI/AAAAAAAAAFs/Kz-0F8gi8eY/s200/DSC00436.JPG" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5578139262484523714" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://3.bp.blogspot.com/-9Gw5VfEVORM/TWmIGdj6FrI/AAAAAAAAAFk/YNT-PLN2Jaw/s1600/DSC00416.JPG"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 150px;" src="http://3.bp.blogspot.com/-9Gw5VfEVORM/TWmIGdj6FrI/AAAAAAAAAFk/YNT-PLN2Jaw/s200/DSC00416.JPG" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5578139258070898354" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/-E41_Y_LY_Oc/TWmIGFQJjSI/AAAAAAAAAFc/VPO0g4hAmKI/s1600/DSC00399.JPG"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 150px;" src="http://1.bp.blogspot.com/-E41_Y_LY_Oc/TWmIGFQJjSI/AAAAAAAAAFc/VPO0g4hAmKI/s200/DSC00399.JPG" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5578139251545574690" /></a><br /><div> </div><div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Mais um dia de passeio com Lina e a pedida era deixar meu filho Lucca louco de contentamento. Ponto de chegada: Projeto Tamar. Lina, marvilhosa anfitriã, incumbiu-se de bolar programas que contentassem os très aqui de casa. Desafio imenso. Mas ela conseguiu! </div><div style="text-align: justify;">Antes de chegar na Praia do Forte, fomos levados às ruínas do Castelo de Garcia D'Ávila do século XVI, antigo dono de uma das maiores sesmarias do Brasil colonial: <a style="CURSOR: pointer; COLOR: rgb(59,89,152); TEXT-DECORATION: none" href="http://www.brasil-turismo.com/bahia/castelo-garcia.htm" target="_blank" rel="nofollow">http://www.brasil-turismo.com/bahia/castelo-garcia.htm</a>. Todos felizes: Lucca, maridão e eu, nem se fala.</div><div style="text-align: justify;">Além da graciosidade da Praia do Forte, aportamos no Projeto Tamar (<a style="CURSOR: pointer; COLOR: rgb(59,89,152); TEXT-DECORATION: none" href="http://www.tamar.org.br/" target="_blank" rel="nofollow">http://www.tamar.org.br/</a>). Criança adora bicho e adulto também. Gosto dessas iniciativas de proteção ambiental. O Tamar já tem 30 anos, acreditem. E ainda tem projetos de inclusão social.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Minha visita diurna ao Pelô foi muito tranquila, ao contrário de Ronaldo, assediado por alguns nativos. Depois de tanto ouvir falar e ler sobre a polêmica restauração, finalmente conhecia o lugar. É de tirar o fôlego, literalmente, subir e descer aquelas ladeiras, observar os casarios. Perdi meu queixo na frente da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em restauração. Acho que não vi algo mais lindo! O Museu da Cidade deixou a desejar, apesar do acervo interessante de Castro Alves. A Fundação de Jorge Amado também não me chamou muito a atenção, apesar da importância do escritor. Destaque no Pelô é a fundação Pierre Verger, infelizmente mais uma loja para turistas que qualquer outra coisa (<a style="CURSOR: pointer; COLOR: rgb(59,89,152); TEXT-DECORATION: none" href="http://www.pierreverger.org/fpv/index.php?option=com_frontpage&Itemid=1" target="_blank" rel="nofollow">http://www.pierreverger.org/fpv/index.php?option=com_frontpage&Itemid=1</a>). O bom mesmo do Pelô está nas ruas. Depois, descobri que o MAE da UFBA está no Pelô. Fica prá próxima.</div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div>Zita Possamaihttp://www.blogger.com/profile/00478826433675479974noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3046519921166760787.post-26735582056509578512011-02-19T11:51:00.000-08:002011-02-27T14:26:52.241-08:00Rodin e Museus de Salvador<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://3.bp.blogspot.com/-fx6cY3_DFFA/TWrM0mq0GGI/AAAAAAAAAGE/cTKvKGKvIQ8/s1600/DSC00464.JPG"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 150px;" src="http://3.bp.blogspot.com/-fx6cY3_DFFA/TWrM0mq0GGI/AAAAAAAAAGE/cTKvKGKvIQ8/s200/DSC00464.JPG" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5578496292557166690" /></a><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 14px; ">Salvador tem tudo para contentar quem gosta de história, patrimônio e museus e os que gostam de praia.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 14px; "><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 14px; ">Embora tenha tomado deliciosos banhos de mar nas piscinas de água claríssima, não é minha praia falar de mar.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 14px; "><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 14px; ">Confesso que estava pouco ansiosa para conhecer os lugares. No no meu caso, ótimo sinal, afinal estava em férias.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 14px; "><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 14px; ">Simone mora num bairro privilegiado, próximo a vários museus. Então, alguns deles pude ir a pézito.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="line-height: 14px; "><br /></span></div><div></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 14px; ">Já no segundo dia, fui visitar o Palacete das Artes - Exposição Rodin, que abriga obras do escultor francês. O lugar é maravilhoso! Uma mansão de um dos barões bahianos. A restauração é impecável! Adivinhem quem assina? Marcelo Ferraz, o mesmo arquiteto do Museu do Pão. E a exposicao esteve a cargo de minha querida amiga museóloga Heloisa Helena Costa. As peças em gesso de Rodin estão muito bem no lugar, com destaque para as obras em bronze dispostas no jardim. Gostei muito, pois pude conhecer a história do lugar, pois um pequeno espaço era dedicado à família proprietária do Casarão; saber sobre o porquê de Rodin num museu da Bahia; e dados biográficos de Rodin, inserindo-o no campo das artes. Programa completo. Logo na entrada um folheto dedicado às crianças é entregue aos pequenos visitantes, contendo vários jogos. Não para por aí, não. Há um café semi-aberto no jardim com mobiliário assinado por Lina bo Bardi e ainda um anexo bem bacana para exposições temporárias. Senti-me no primeiro mundo. </span><a href="http://palacetedasartesrodinbahia.blogspot.com/">http://palacetedasartesrodinbahia.blogspot.com/</a></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 14px; "><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 14px; ">No último dia, meu tour envolveu dois museus numa única saída. Seriam três, não fosse o Museu Costa Pinto estar fechado em plena terça-feira.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 14px; "><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 14px; ">O Museu de Arte da Bahia abrigava uma retrospectiva muito interessante de Genaro de Carvalho, considerado um dos precursores da arte moderna na Bahia. Criativo e inventivo, Genaro morreu muito jovem e criou uma tapeçaria belíssima difundida internacionalmente, além de ter sido design. D</span><span class="Apple-style-span" style="line-height: 14px; ">iferentemente do Palacete das Artes, aqui não pude saber quase nada sobre a edificação histórica que sedia o museu. Tampouco localizei site do museu.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 14px; "><span class="Apple-style-span"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 14px; ">Já o Museu de Arte Moderna é um passeio completo. Arquitetura histórica do Solar do Unhão; restauração maravilhosa; jardim de esculturas. Tudo isso na orla de Salvador que lembra, com diz minha amiga Lina, a Mônaco. Maravilhoso! No térreo, espaço para as oficinas educativas e um restaurante com uma vista encantadora pro mar. Fiquei com vontade de saber mais sobre a edificação e sua importância na configuração urbana da cidade. Nem tudo é perfeito. O site do museu: </span><a href="http://www.mam.ba.gov.br/">http://www.mam.ba.gov.br/</a></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="line-height: 14px; "><span class="Apple-style-span"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 14px; ">Isso tudo já seria o bastante. Mas ainda pude apreciar, no MAM, a exposição do artista Joseph Beuys, intitulada<i> A Revolução Somos Nós</i>. A exposição era composta por duas centenas de cartazes, vídeos e múltiplos (objetos em associação muito inusitada). O artista fez história na Documenta de Kassel, nos anos 1970-1980 e, pelo que aprendi, é um marco da arte contemporânea. A mesma exposição já havia passado pelo SESC Pompéia, em São Paulo. Mais detalhes em </span><a href="http://www.beuys.com.br/">http://www.beuys.com.br/</a></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 14px; "><span class="Apple-style-span"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 14px; "><span class="Apple-style-span">Para finalizar, acompanhei pelo jornal, enquanto estive em Salvador, uma polêmica sobre o Departamento de Museus - DIMUS - orgão criado para coordenar as ações dos diversos museus do Estado da Bahia. A iniciativa segue, dizia o jornal, orientação do IBRAM. A queda de braço era entre o Conselho Federal e Regional de Museologia e o Governo do Estado. Faltaram elementos para eu compreender melhor o debate. Os opositores da iniciativa alegavam que os museus não tinham direção e apenas o coordenador do DIMUS gerenciava todos os museus. No entanto, pude observar que sempre havia um diretor nos museus que visitei, como o MAM. Em todo caso, para nós do Rio Grande do Sul e do restante do país, cabe observar a iniciativa baiana e verificar se pode ser uma boa alternativa para a gestão dos museus estaduais. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 14px; "><span class="Apple-style-span"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 14px; "><span class="Apple-style-span">Com esse post termino meu relato sobre a Bahia e Salvador. Faltou muita coisa, mas quem sabe vou mostrando outras pitadas durante o ano.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 14px; "><span class="Apple-style-span"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11px; line-height: 14px; "><br /></span></div>Zita Possamaihttp://www.blogger.com/profile/00478826433675479974noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3046519921166760787.post-67475495720311550842011-02-19T04:34:00.000-08:002011-02-27T14:03:33.291-08:00Bahia de Todos os Santos<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/-OabC_nQCh2c/TWmBqAdNmOI/AAAAAAAAAFM/eCYum4PoeYk/s1600/DSC00430.JPG"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 150px;" src="http://1.bp.blogspot.com/-OabC_nQCh2c/TWmBqAdNmOI/AAAAAAAAAFM/eCYum4PoeYk/s200/DSC00430.JPG" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5578132172152084706" /></a><br />Nossa estada em Salvador não podia ser melhor. Nada como ser hospedado pelos amigos e tè-los como cicerone, seja em que cidade for. Pois a avalanche de concursos públicos nas universidades federais brasileiras, levou uma amiga para a Bahia. <div><div><div><div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Tadinha, está lá, feliz da vida, a poucos metros da Praia da Barra. Nao poderia deixar de conferir se minha amiga estava bem.</div><div style="text-align: justify;">Lá fomos nós!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><img src="http://2.bp.blogspot.com/-iRXe-EPp448/TWmAfSsJISI/AAAAAAAAAFE/oOOahXx6qOM/s200/DSC00442.JPG" style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 150px;" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5578130888556355874" /></div><div style="text-align: justify;"><img src="http://3.bp.blogspot.com/-jgS7Z-2Lx1o/TWl_n9hMwWI/AAAAAAAAAE8/m9PL1_A9Exc/s200/DSC00297.JPG" style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 150px;" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5578129937980506466" /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Na primeira noite, Simone me levou para assistir Gerônimo, que se apresenta às terças-feiras na escadaria do Paço no Pelourinho. Era terça-feira de Santo Antonio e, na passagem, visitamos a Igreja do Carmo, onde finalizava uma missa ao som de percussões africanas. Só na Bahia!</div><div><div style="text-align: justify;"><a style="CURSOR: pointer; COLOR: rgb(59,89,152); TEXT-DECORATION: none" href="http://www.youtube.com/watch?v=yqksCJVHcuU&feature=related" target="_blank" rel="nofollow">http://www.youtube.com/watch?v=yqksCJVHcuU&feature=related</a></div><span class="Apple-style-span"><div style="text-align: justify;">Claro que comi acarajé. A iguaria está ficando muito sofisticada. Agora, tem camarão, giló e outras cositas no recheio. Além de saboroso, é uma paulada na fome.</div></span></div><span class="Apple-style-span"><br /></span><span class="Apple-style-span"><br /></span><div><span class="Apple-style-span"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-_7kjSpIiSVc/TWBXpYRkwTI/AAAAAAAAAEM/MRpETjKWLxQ/s1600/DSC00304.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5575552707087089970" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 240px" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/-_7kjSpIiSVc/TWBXpYRkwTI/AAAAAAAAAEM/MRpETjKWLxQ/s320/DSC00304.JPG" border="0" /></a> <a href="http://4.bp.blogspot.com/-Q2wCewoExPA/TWBXpF-NnkI/AAAAAAAAAEE/Hx3DnkPJdco/s1600/DSC00302.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5575552702174043714" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 224px" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/-Q2wCewoExPA/TWBXpF-NnkI/AAAAAAAAAEE/Hx3DnkPJdco/s320/DSC00302.JPG" border="0" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /></span><div><span class="Apple-style-span"><br /><br /><br /><br /></span></div><span class="Apple-style-span"><br /><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small; ">Dia 2 de fevereiro, dia de Iemanjá. Fomos todos ao Rio Vermelho, prestar homenagens à rainha das águas. Turista é bem assim. Nunca fui numa Festa de Navegantes em Porto Alegre. Mas, em Salvador, me meti no meio da muvuca pra deixar uma oferenda nas águas. Não é bem nas águas, pois os barqueiros é que conduzem nossos presentes para o fundo do mar. Fiquei preocupada com as quinquilharias que não são digeridas pela natureza.</span></div></span><div style="text-align: justify;"><span>No mesmo dia participamos de um Cururu, uma festa oferecida por Mauro, professor de italiano da UFBA. Mauro abre as portas de sua casa para os amigos e amigos de amigos, oferecendo comida baiana. </span></div><span class="Apple-style-span"><br /><br /><br /></span><div><span class="Apple-style-span"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-qw8zKL2NUvk/TWBZnKEBSeI/AAAAAAAAAEU/gKRnfzgupwE/s1600/DSC00334.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5575554867935660514" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 200px; CURSOR: hand; HEIGHT: 150px" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/-qw8zKL2NUvk/TWBZnKEBSeI/AAAAAAAAAEU/gKRnfzgupwE/s200/DSC00334.JPG" border="0" /></a></span></div></div><div><span class="Apple-style-span"><div style="text-align: justify; color: rgb(51, 51, 51); "><span>Reencontrei uma amiga querida, historiadora da UFBA. Lina nos brindou com passeios maravilhosos, regados a aulas de história. Privilégio para poucos. Visitamos várias cidades históricas nas imediações de Salvador: Santo Amaro, Sao Felix e Cachoeira.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(0, 0, 0); "><div style="text-align: justify;">Santo Amaro, terra de Caetano Veloso e Dona Canô, sua mãe.</div></span></span><div><span class="Apple-style-span"><br /></span></div></div><div><br /></div><div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 14px; ">Em São Felix conhecemos a fábrica semi-desativada de charutos Dannemann, trazida pelos alemães no auge da produção de tabaco. Hoje é um Centro Cultural que abriga a Bienal do Recôncavo. Ainda mantém uma pequena manufatura do charuto, onde é possível ver suas trabalhadoras confeccionando o dito cujo. É uma manufatura musealizada, onde as próprias operárias no seu fazer mostram como é produzido o charuto. Filha de ex-plantadores de fumo, achei o máximo. Pensei em meu pai e em como ele ia gostar de ver aquilo. Por mim, poderia ser apenas museu, sem a comercialização dessa droga que faz tanto mal à saúde e pode ser adquirida ali mesmo num balcão no fundo da fábrica.</span></div><span class="Apple-style-span"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 14px;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;line-height: 14px; "><span class="Apple-style-span" style="LINE-HEIGHT: 14px">No Centro Cultural conhecemos um professor de artes da UFBA que ministrava oficinas de gravura, tradição da Bahia. Já saberão por quê. </span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div></span></div><div><span class="Apple-style-span"><br /><a href="http://3.bp.blogspot.com/--gT3c5JrtqE/TWBggcHngdI/AAAAAAAAAE0/yMXnFB4DsrE/s1600/DSC00362.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5575562449104896466" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 200px; CURSOR: hand; HEIGHT: 150px" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/--gT3c5JrtqE/TWBggcHngdI/AAAAAAAAAE0/yMXnFB4DsrE/s200/DSC00362.JPG" border="0" /></a></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="LINE-HEIGHT: 14px">Atravessamos a ponte e voltamos à Cachoeira, segunda cidade histórica em importância, após Salvador. No almoço, o prato típico da região: maniçoba, um fervido de carne de sol e de fumeiro feito num caldo de folhas de mandioca. Como sabem, a folha da mandioca é venenosa. Para preparar a iguaria, estas são fervidas por cerca de uma semana. Resulta uma cor escura, entre o verde e o preto, de sabor bastante inusitado.</span></div><span class="Apple-style-span"><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><span class="Apple-style-span" style="LINE-HEIGHT: 14px"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: normal; "><span class="Apple-style-span" style="LINE-HEIGHT: 14px">Seguimos o passeio, chegando à fundação Hansen Bahia, artista alemão que se radicou em Cachoeira e foi o responsável por difundir a xilogravura na região (</span><a href="http://www.fundacaohansenbahia.com.br/">http://www.fundacaohansenbahia.com.br/</a>)<span class="Apple-style-span" style="LINE-HEIGHT: 14px">.</span></span></div></span></span></div><span class="Apple-style-span"><div style="text-align: justify;"><br /></div></span><div><span class="Apple-style-span">Meu relato continua em próxima postagem.<br /><br /><br /></span><div><br /></div></div></div></div></div>Zita Possamaihttp://www.blogger.com/profile/00478826433675479974noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3046519921166760787.post-70070231559452528322011-01-24T16:32:00.000-08:002011-01-24T16:37:40.738-08:00Polêmica sobre Arquivo Nacional<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; border-collapse: collapse; "><br />Transcrevo abaixo o artigo publicado por José Maria Jardim, professor de Arquivologia da UNIRIO, no Jornal da Ciência, órgão da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e disponível em: <a href="http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=76022" target="_blank" style="color: rgb(20, 125, 186); ">http://www.jornaldaciencia.<wbr>org.br/Detalhe.jsp?id=76022</a> sobre a transferência do Arquivo Nacional para o Ministério da Justiça.<br /><br />"O Arquivo (vivo?) da Nação</span><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; border-collapse: collapse; "><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; border-collapse: collapse; ">José Maria Jardim<br /><br />No Brasil, a idéia de arquivo é associada, com muita frequência, a de<br />arquivo morto. A expressão "virou arquivo" designa as pessoas que, por<br />alguma razão, foram silenciadas por seus assassinos. "Arquivo" e "morte" são<br />termos associados por grande parte da sociedade brasileira, especialmente<br />aquela que mais sofre com a falta de informações relevantes para o exercício<br />dos seus direitos. "Arquivos" têm sido "mortos" sistematicamente ao longo da<br />história do Brasil, especialmente no e pelo Estado brasileiro.<br /><br />O reencontro com a democracia nos anos 1980, trouxe um sopro de vitalidade<br />inédita para nossos arquivos públicos, órgãos tradicionalmente "mortos" na<br />estrutura da nossa administração pública. Afinal, sem arquivos plenos de<br />vitalidade, dinâmicos e facilmente acessíveis pela sociedade, como o Estado<br />pode ser transparente? E sem transparência do Estado, qual democracia<br />almejamos construir e ampliar?<br /><br />Os arquivos públicos são territórios do Estado a serviço da sociedade, da<br />democratização da informação governamental e do exercício do direito do<br />cidadão à informação e à memória. Seu papel como infraestrutura para a<br />transparência da administração pública é imprescindível para que a sociedade<br />controle a atuação do Estado e do governo.<br /><br />Os arquivos públicos não são apenas um depósito de documentos. São<br />instituições com múltiplas facetas: cultural, científica, administrativa,<br />etc. É agência de transparência do Estado e território de construção da<br />memória coletiva e, ao mesmo tempo, infraestrutura para a produção de<br />conhecimento científico.<br /><br />Os arquivos públicos dos governos mais avançados em termos de<br />transparência<br />e interação social são infraestruturas governamentais de informação para o<br />Estado e a sociedade. Trata-se de órgãos supraministeriais com múltiplas<br />funções de apoio à gestão pública e à produção de conhecimento científico e<br />tecnológico. São territórios da memória coletiva, cultura e cidadania.<br /><br />Não por acaso, o primeiro Arquivo Nacional criado foi o da França, em 1790,<br />logo após a Revolução Francesa. A ideia de organização e, sobretudo, de<br />publicidade dos documentos do governo por um tipo de instituição até então<br />inexistente tem suas bases na construção do novo regime. Esse é um marco da<br />história dos arquivos e da Arquivologia. O arquivo público é neste momento<br />instrumento da administração do Estado.<br /><br />Ao longo do século XIX, a formação dos Estados Nacionais traz em seu bojo a<br />construção de identidades nacionais para as quais é imprescindível uma<br />"memória nacional". Os arquivos públicos passam também à condição de<br />depositários e construtores dessa memória nacional. São, nesse momento,<br />território da História.<br /><br />A criação do Arquivo Público do Império brasileiro estava prevista na<br />Constituição de 1824, mas a fundação só ocorreu em 1838, aliás o mesmo ano<br />de criação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB).<br /><br />Como chama atenção a historiadora Célia Costa, autora da tese de doutorado<br />intitulada "Memória e administração: o Arquivo Público do Império e a<br />consolidação do Estado brasileiro", o acesso aos documentos no Arquivo<br />Público do Império era garantido estritamente ao governo ou usuários que<br />fossem indicados pelo imperador.<br /><br />Ao contrário dos arquivos nacionais europeus, a historiadora nos lembra que<br />o Arquivo Público do Império caracterizou-se muito mais como espaço do<br />segredo do Estado, perspectiva procedente do período colonial, do que como<br />um órgão envolvido nos processos de construção da história nacional.<br /><br />O nome "Arquivo Nacional" só foi adotado em 1911. Ao longo da República, o<br />Arquivo Nacional, como os demais arquivos públicos do país, sobreviveram na<br />periferia do Estado. Eram voltados quase exclusivamente para a guarda e<br />acesso de documentos considerados, sem parâmetros científicos, como de<br />"valor histórico", ignorando-se a produção documental que resultava de um<br />Estado com funções cada vez mais amplas.<br /><br />Neste cenário, os documentos eram acumulados ou eliminados - quase sempre<br />sem critérios científicos - nos serviços arquivísticos do Estado. Tal<br />ocorreu - e ainda ocorre em vários setores do Estado brasileiro - em função<br />da inexistência de políticas públicas arquivísticas.<br /><br />A ruptura da visão de arquivo público como apenas um depósito de documentos<br />e a adoção de um novo modelo de gestão envolvendo todo o ciclo documental,<br />desde a produção até a eliminação ou guarda permanente, só ocorrerá, em<br />diversos países, após a década de 50 do século passado.<br /><br />No Brasil, a Lei 8.159 de 8 de janeiro de 1991 garante o marco legal para<br />essa concepção, incluindo também os arquivos estaduais e municipais. Além de<br />suas atribuições em relação aos documentos federais, o Arquivo Nacional deve<br />ainda implementar a política nacional de arquivos, a ser definida pelo<br />Conselho Nacional de Arquivos (Conarq). Esse Conselho, subordinado ao<br />Arquivo Nacional, é o órgão central do Sistema Nacional de Arquivos.<br /><br />O Arquivo Nacional teve grande protagonismo nesse processo, a partir dos<br />anos 80 e 90, influenciando arquivos estaduais e municipais. No entanto, de<br />modo geral, nossos arquivos públicos permanecem periféricos no Estado e<br />pouco visíveis à sociedade. Ainda se caracterizam mais como reserva de<br />opacidade do que de transparência.<br /><br />Não se altera uma cultura de opacidade do Estado em apenas três décadas. A<br />maior parte dos nossos arquivos públicos segue socialmente pouco visível. Na<br />Europa e Estados Unidos, a abertura crescente dos arquivos a um uso social<br />mais amplo ganha terreno após a II Guerra Mundial.<br /><br />Procura-se cada vez mais superar a ideia dos arquivos como espaços<br />acessíveis apenas a eruditos e cientistas. Por outro lado, as crescentes<br />demandas sociais pelo direito à informação colocam os arquivos no epicentro<br />das políticas públicas de transparência. A democratização do acesso aos<br />arquivos tende a ser cada vez maior e diversificada, mesmo nas sociedades<br />cujo regime democrático já se encontra mais consolidado.<br /><br />As demandas sociais pelos arquivos se ampliam e mudam com o uso crescente<br />das tecnologias da informação e comunicação. Novas fronteiras vêm sendo<br />conquistadas pelos arquivos, ampliando-se a sua interatividade com a<br />sociedade mediante programas de difusão via web, incluindo, mais<br />recentemente, o uso cada vez maior das redes sociais.<br /><br />Essa perspectiva tem orientado os caminhos do Arquivo Nacional do Brasil<br />desde a década de 80. Talvez poucas instituições públicas brasileiras tenham<br />passado por um processo de modernização tão intenso e em tão pouco tempo,<br />influenciando ações semelhantes nos planos estadual e municipal.<br /><br />Esse "dever de casa" encontrava limites no fato do Arquivo Nacional ser<br />subordinado, há décadas, ao Ministério da Justiça. Ao ser vinculado à Casa<br />Civil da Presidência da República, em 2000, o Arquivo Nacional adquiriu<br />melhores condições - especialmente políticas e orçamentárias - para avançar<br />num novo modelo de gestão das informações governamentais. Beneficiou-se<br />diretamente desse novo cenário o Conselho Nacional de Arquivos, subordinado<br />ao Arquivo Nacional, responsável pela política nacional de arquivos.<br /><br />Neste sentido, é um retrocesso político, gerencial e científico a<br />transferência do Arquivo Nacional para o Ministério da Justiça. Essa<br />inadequação, vale lembrar, seria a mesma em qualquer outro ministério, dada<br />a abrangência de atuação da instituição em todo Executivo Federal.<br /><br />Esse novo destino institucional provavelmente comprometerá frontalmente a<br />dimensão nacional do Conselho Nacional de Arquivos. Setores diversos da<br />sociedade brasileira, representantes do mundo acadêmico e de associações<br />profissionais, vêm expressando seu descontentamento face a essa decisão.<br /><br />Ainda que fosse mantido na Presidência da República, seriam muitos os<br />desafios a serem enfrentados pelo principal arquivo público do país para<br />atuar plenamente na gestão das informações governamentais e torná-las<br />acessíveis à sociedade brasileira. A política nacional de arquivos ainda<br />está por se definir. O Sistema Nacional de Arquivos não foi<br />operacionalizado. O Arquivo Nacional encontra-se distante do que pode e<br />deve vir a ser, embora tenha acumulado suficiente vitalidade para deixar de<br />ser um "arquivo histórico" do século XIX e projetar-se como um centro de<br />informações governamentais do século XXI.<br /><br />Ao ser excluído da Presidência da República e inserido no Ministério da<br />Justiça, o Arquivo Nacional protagonizará, uma vez mais, o velho e ainda<br />insuperado drama brasileiro de periferização dos arquivos do Estado e sua<br />inevitável invisibilidade social. O Arquivo Nacional provavelmente não<br />morrerá porque, de alguma forma, aprendeu a sobreviver perifericamente ao<br />longo da sua história, mas certamente será um órgão aquém de suas<br />transformações recentes, de suas atribuições legais e da democracia que<br />buscamos."</span></div>Zita Possamaihttp://www.blogger.com/profile/00478826433675479974noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3046519921166760787.post-2093274936872729332011-01-24T15:58:00.000-08:002011-01-24T16:05:31.874-08:00A enchente de 1941<div>Em 19 de janeiro, concedi entrevista à Ulbra TV sobre a enchente de1941. Uma seleção mínima do dito, pode ser visto em:</div><a href="http://www.youtube.com/user/ulbratv48uhfpoa#p/c/F0F9C9725126082C/47/qTTrY-XLp8w">http://www.youtube.com/user/ulbratv48uhfpoa#p/c/F0F9C9725126082C/47/qTTrY-XLp8w</a>Zita Possamaihttp://www.blogger.com/profile/00478826433675479974noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3046519921166760787.post-81083330994439083852011-01-24T15:51:00.000-08:002011-01-24T15:57:44.839-08:00Mnemosyne e meus leitores cativosCada dia descubro que alguém costuma ler esse blog. Mais que isso, descubro que meu modesto blog é uma ferramenta de pesquisa e referência. Fico orgulhosa, quando escuto esses comentários. E também preocupada. Aumenta a minha responsabilidade de não abandoná-lo. Não somos responsáveis por aqueles que cativamos? Pois é. Já que 2011 está iniciando e sempre renovamos nossas promessas, prometo que tentarei - tentarei, apenas - passar aqui mais vezes.Zita Possamaihttp://www.blogger.com/profile/00478826433675479974noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3046519921166760787.post-5468375879612881942010-07-24T18:26:00.000-07:002010-07-24T19:19:12.420-07:00Mandela e o PerdãoO melhor serviço feito pela Copa de 2010 foi chamar a atenção para a África do Sul. Eu sabia muito pouco sobre esse país. Claro que não tinha uma visão estereotipada, pois sabia ser um país desenvolvido em termos econômicos. Mas além da luta vitoriosa de Mandela sobre o <i>apartheid</i>, quase nada sabia. A Revista Piauí, da qual virei leitora assídua há cerca de um ano, fez uma bela reportagem sobre o país que sediaria a Copa. Ali estão escancarados os malefícios de uma copa para o país sede (lamento, mas não vou ovacionar o fato de sermos sede em 2014). Além de ter torcido ardorosamente ao lado de meu pai pelo Internacional tri-campeão na década de 1970, nunca preocupei-me muito com futebol. Ah, sim além de verificar que a paixão nacional acabou por constituir-se em item indispensável do "kit identidade" brasileiro.<div>Foi isso, segundo o filme que acabo de assistir, que Mandela soube perceber. <i>Invictus</i>, com direção e produção de Clint Eastwood, fala do esforço de reconstrução do país após a vitória do líder negro nas urnas. Mandela tinha atrás de si um país dividido entre negros e brancos. Interpretado magistralmente por Morgan Freeman, Mandela passa a pregar o perdão entre seus companheiros. Sabia que necessitava encontrar uma via pacífica de construção da nação, agora, sob bandeira da harmonia social. Caso contrário, poderia ver seu esforço ir por água abaixo. Como arrefecer o ódio entre negros e brancos forjado historicamente pela opressão, desigualdade e violência? Mandela encontrou no rugby uma estratégia de unir a todos sob o signo de uma única identidade. Que a idealização da figura de Mandela e da situação histórica são procedentes não se pode negar. No entanto, o filme chama atenção para o lugar simbólico da construção imaginária da nação. Se ela não existe na realidade, precisa-se de símbolos para objetificá-la. O rugby foi um desses símbolos para construir a nação sul-africana pós-apartheid. Assim como o futebol é símbolo nacional brasileiro, quer gostemos ou não. Mas o mais importante no filme, a despeito da construção mítica do herói, é Mandela exortar o perdão entre seus seguidores e admiradores. Alguém que ficou trinta anos preso numa cela minúscula, após chegar ao poder ao invés de insuflar o ódio e a vingança, prega o perdão. Sem o perdão, não haveria construção do país, nem da nação. Pela Piauí, citada acima, pode-se saber algo sobre as concessões feitas ao poder econômico dominado pelos brancos para se alcançar a vitória contra o Apartheid. O filme não esconde a desigualdade econômica que marca o país mesmo pós Mandela. As notícias da Copa também deixaram aqui e ali algumas notas sobre pobreza, violência e criminalidade, estas últimas neutralizadas com julgamentos sumários no período dos jogos. Mas esse não é o foco do filme, nem de Mandela. A atenção do personagem principal recai sobre o plano simbólico, para algo considerado sem importância por seus assessores. O líder negro, deseja agora ser lider da nação. Da nação unida por algo acima de todos, acima do passado. Esquecer o passado e perdoar! O filósofo Paul Ricoeur dedica o terceiro capítulo do seu último livro para falar de memória, esquecimento e perdão. Em <i>História, memória e esquecimento</i> o autor menciona a necessidade do perdão. Trata especificamente dos crimes do Holocausto. Certamente, o <i>apartheid</i> pode ser pensado a partir das mesmas considerações filosóficas. Para Ricoeur o perdão é um dom, algo que se presenteia a alguém sem exigir condição em troca. O perdão, no entanto, não implica em esquecimento, mas na possibilidade de seguir vivendo. Fiquei curiosa para ver como um país como a África do Sul lida, após uma década de fim oficial da divisão entre brancos e negros, com a memória e o esquecimento desse período triste de sua história. Quiçá os governantes não tenham feito como no Brasil, onde a documentação sobre a escravidão foi destruída sob alegação de se esquecer esse episódio funesto da nossa história. </div>Zita Possamaihttp://www.blogger.com/profile/00478826433675479974noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3046519921166760787.post-11754067093791330392010-03-27T14:56:00.000-07:002010-03-27T15:05:44.298-07:00Quem se importa?Quando retornei de Santa Catarina no final de janeiro, vi estarrecida o descampado que ocupava o lugar do Estaleiro Só demolido. Já que aquela construçao nao foi preservada, pensei como seria maravilhoso se pudéssemos percorrer a beira do Guaíba sem obstáculos à vista. Quem sabe um parque, apenas alguns canteiros,quem sabe algumas árvores, alguns banquinhos... É sonhar demais? Fiquei imaginando seis torres de concreto ali, tapando minha vista. Mas quem se importa? Felizmente, alguns se importam e muito. Esta semana alguém me enviou um texto de uma pessoa que se importa: Tania Failace, escritora e jornalista. Passo o link sobre texto seu sobre o Cais Mauá: http://www.vitruvius.com.br/minhacidade/mc294/mc294.asp. Mas quem quiser mais, pode recuperar a memória do movimento pela preservaçao da orla em http://www.vitruvius.com.br/minhacidade/mc234/mc234.asp e se informar sobre o que estou falando no início desta post.Zita Possamaihttp://www.blogger.com/profile/00478826433675479974noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3046519921166760787.post-74300513016057763832010-01-07T14:39:00.000-08:002010-01-07T14:50:26.813-08:00SignicidadeLendo matéria sobre jornalismo literário do Jornal da Universidade (dezembro 2009/UFRGS), encontrei a dica do site revistabrasileiros.com, que se pautaria por essa proposta. Sem querer tecer comentário sobre a Revista, por enquanto, ali localizei o comentário de João Paulo Lorenzon sobre o livro de poesias<em> Signicidade</em>, de Frederico Barbosa. Seu tema: a cidade. Ainda nao o tive nas mãos, mas assim que tiver oportunidade mergulharei nas suas páginas, cujos poemas, pela amostra deixada no site, promete diferenciados olhares para a cidade. O texto na íntegra segue abaixo: <br /><br />"Enxergar é um luxo e nós nem temos ao menos que pagar por isso." Assim dizia o poeta e pintor inglês William Blake e, de alguma maneira, é este o convite que o livro de poemas SigniCidade oferece ao leitor: um exercício do olhar.<br /><br />A nova obra do pernambucano Frederico Barbosa, poeta, professor de literatura, amante de Poe e Baudelaire, é uma parceria com o Projeto Dulcinéia Catadora. Louve-se a ideia. Entre outras intenções, o projeto consiste em publicar livros com capas pintadas a mão por artistas e filhos de catadores de papelão e materiais recicláveis. No caso de SigniCidade, nada mais propício. A arte dialoga fortemente com o tema desta antologia.<br /><br />Os poemas de Frederico Barbosa adentram as cidades e vasculham seu entorno. Lá estão ruas, ruelas, becos, esquinas, túneis, viadutos. Nessa incursão, o olhar do poeta convida para ver a cidade como construção humana, abismo de caminhos escuros e luminosos, paisagem contraditória, reflexo concreto do mundo contemporâneo.<br /><br />Com sua perspectiva ao mesmo tempo amorosa e crítica, Barbosa aponta a dureza e a aridez da existência perdida nos labirintos das metrópoles e o prazer que existe na multiplicidade de vida dentro desse ícone construído pelo homem.<br /><br />Centrados em São Paulo, sua cidade de adoção, e em Recife, onde o poeta nasceu, os versos passeiam por lá e cá. Mas não se limitam a essas capitais. Transcedem a elas, revelam uma cidade anterior, inominável. Cidade-signo que emerge às nossas vistas, que nasce a cada dia e é redescoberta em fragmentos de olhares. Cidade-mosaico de vida, de sons e sentidos.<br /><br />SigniCidade consegue um delicado equilíbrio. A um só tempo, homenageia essa floresta urbana e revela uma observação severa dessa dura paisagem em tempos abismados. Mas o que se sobressai é o desejo de olhar e as reflexões a que esse olhar convida. Como escreveu Marcel Proust no clássico Em Busca do Tempo Perdido: "A verdadeira viagem não está em procurar novas paisagens. Mas em ter novos olhos". <br /><br />AS CIDADES E SEUS DONOS<br />2002<br />"há cidades desconfiadas<br />impessoais misteriosas<br />recife são paulo<br />em que se mora por empréstimo<br />de aluguel de passagem<br />sem se sentir dono<br />como inquilino temporário<br />mas que ninguém tem<br /><br />há cidades que por mistério<br />se entregam por inteiro<br />salvador rio de janeiro<br />em que cada morador<br />é proprietário verdadeiro<br />em que todo o povo<br />sente-se e afirma-se dono<br />em todo gesto no menor jeito"<br /><br />O que tramam as trilhas da cidade para o observador da esquina? E o que trama o observador da esquina para as trilhas da cidade? Estas são as indagações.Zita Possamaihttp://www.blogger.com/profile/00478826433675479974noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3046519921166760787.post-86263319027955631552009-12-13T06:22:00.000-08:002009-12-13T06:40:32.240-08:00Centro Histórico da Santa CasaAcompanho entusiasmada a criaçao do Centro Histórico da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. As obras estao a todo vapor, a cargo da arquiteta Ceres Storchi e sua equipe. Quem pensa que o CEDOP (arquivo da SC formado pela querida professora Luiza Kliemann e mantido com muita competência por sua coordenadora Rosane Dal Sasso,Vera Barroso e equipe) terá apenas uma sede com todas as condiçoes técnicas exigidas, engana-se. O CHC é muito mais que um arquivo. É um complexo cultural, que compreenderá arquivo, museu, biblioteca, teatro, salas multi-uso, salas para açao educativa e pesquisa, laboratório de conservaçao preventiva, cafeteria e loja. Um empreendimento financiado pela iniciativa privada (diga-se com recurso público através das leis de incentivo do MINC e da LIC). Fico realmente orgulhosa de ver essa ideia nascendo e tomando forma. Uma instituiçao secular como a Santa Casa escolheu a memória como ponto emblemático de sua atuaçao e está presenteando Porto Alegre com mais um espaço cultural de grande qualidade. Os empresários com visao de futuro entenderam isso e estao apoiando a iniciativa, como deveriam fazer todos. No segundo semestre de 2010, a casa estará aberta ao público de forma irrestrita. Por enquanto, açoes pontuais vem ocorrendo, como foram as escavaçoes arqueológicas nas casas da Avenida Independência. Enquanto as obras estao sendo concluídas, pode-se acompanhar pelo site as atividades culturais: http://www.centrohistoricosantacasa.com.br/default.aspxZita Possamaihttp://www.blogger.com/profile/00478826433675479974noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3046519921166760787.post-6680685737387688942009-12-05T13:01:00.000-08:002009-12-05T13:17:01.108-08:00Rede de Museus Comunitários da AméricaVisitando o site interactions-online (link neste blog) de Hugues de Varine, encontrei notícia sobre a Rede de Museus Comunitários de América, feita por Tereza Morales Lersch ao lado de Cuautemoc Camarena Ocampo, a quem tive a grata alegria de conhecer na Costa Rica e trazer para falar da experiência mexicana de Oaxaca, em Porto Alegre (2000). Abaixo, trancrevo na íntegra o texto que lá está. Quem desejar saber mais, é só visitar os sites indicados neste blog.<br /><br />Red de Museos Comunitarios de America<br />¿Qué es museoscomunitarios.org? Museoscomunitarios.org es una herramienta para informar y fortalecer a las comunidades, autoridades, educadores, adultos y jóvenes quienes buscar crear y desarrollar un museo comunitario en América Latina y el Caribe. Nace a finales de 2008 por iniciativa de la Fundación Interamericana de Cultura y Desarrollo (ICDF), que desarrolla una alianza con la Unión de Museos Comunitarios de Oaxaca, México (UMCO) y la Fundación Quipus, Bolivia, para realizar el proyecto. ¿Cuál es su finalidad? El museo comunitario es un instrumento de la acción organizada de comunidades, pueblos originarios y mestizos, que buscan manejar su patrimonio cultural por sí mismos para valorar el pasado y construir su propio futuro. Museoscomunitarios.org busca facilitar el acceso a información que actualmente está dispersa, en cuanto a los métodos de trabajo, alternativas de capacitación, noticias y museos comunitarios existentes. La intención es ofrecer una herramienta práctica y ágil para apoyar las iniciativas de representantes comunitarios, maestros, artesanos, campesinos, mujeres y hombres, adultos y jóvenes de las poblaciones de América Latina y El Caribe. Si el museo de tu comunidad aún no forma parte de este sitio, contáctate con nosotros a estas direcciones: Teléfono: 555 213456 <a class="" href="mailto:info@museoscomunitarios.org">info@museoscomunitarios.org</a> Casilla postal: 132456 Washington D.C. <a class="" href="mailto:peterm@museoscomunitarios.org">peterm@museoscomunitarios.org</a> <a class="" href="mailto:terem@museoscomunitarios.org">terem@museoscomunitarios.org</a> <a class="" href="mailto:gisellem@museoscomunitarios.org">gisellem@museoscomunitarios.org</a><br />La Red de Museos Comunitarios de América fue formada en el año 2000, agrupando representantes de base de comunidades y organizaciones de Bolivia, Venezuela, Panamá, Costa Rica, Nicaragua, El Salvador, Guatemala y México. Posteriormente se acercaron participantes de Brasil, Chile, Perú y Canadá. Constituye una red innovadora, que pretende facilitar el intercambio, la solidaridad y acción conjunta de las comunidades de América que comprenden el museo comunitario como un instrumento para resguardar, valorar, dignificar y representar por sí mismos su patrimonio cultural, conservando así “el alma, voz y cultura de los pueblos autóctonos y marginados de las Américas”. La red ha desarrollado un proyecto de organización y capacitación colectiva, el cual ha abarcado cinco encuentros internacionales en México (2000), Guatemala (2002), El Salvador (2003), Nicaragua (2005) y Venezuela (2008); diez talleres de creación de museos comunitarios en nueve países (2001); y tres talleres de formación de facilitadores de museos comunitarios de las Américas en México (2004, 2007, 2009). En un proceso gradual los participantes han ido construyendo un compromiso colectivo y una visión de los propósitos de la red. Durante el último encuentro se generó el siguiente párrafo en el documento de discusión: “La red es una organización democrática y un instrumento facilitador de los pueblos y comunidades del continente americano para intercambiar experiencias, aprender de las diversidades y de diferentes visiones, apoyar las formas de organización propias y autónomas, construir alternativas de crecimiento auto sustentables, ayudar a garantizar que la cultura de los pueblos no desaparezca, y reivindicar nuestros derechos para preservar y valorar nuestra identidad y patrimonio de manera digna”.<br /><a href="http://www.interactions-online.com/news.php?filtre_visu=&pr=">Retour à la liste des articles</a>Zita Possamaihttp://www.blogger.com/profile/00478826433675479974noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3046519921166760787.post-47238209366624892872009-12-05T12:36:00.000-08:002009-12-05T12:46:14.092-08:00Entre o prazer e o necessárioPois é, através deste blog venho descobrindo que escrever é puro prazer. Aqui, principalmente, por que ninguém me cobra. Nenhum prazo me sufoca; nenhum parecerista dará seu veredito; nenhum par se preocupará em me usar como bibliografia de sua disciplina, tese ou artigo. Que liberdade! Preocupa-me, no entanto, que cada vez menos tempo dispendo para esse exercício sem compromisso. Relativo, decerto. Mas é interessante como, no meio de tanta atribulaçao, esse espaço funciona como o automóvel, segundo Baudrillar. Nem casa, nem trabalho. O meio do caminho, o lugar nenhum; nem saída, nem chegada. Apenas a viagem.Zita Possamaihttp://www.blogger.com/profile/00478826433675479974noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-3046519921166760787.post-9324106335957228652009-05-15T10:08:00.000-07:002009-05-15T12:14:10.251-07:00II ENEIMAGEMEntre 12 e 14 de maio foi realizada, na Universidade Estadual de Londrina, a segunda ediçao do Encontro Nacional de Estudos da Imagem, iniciativa do Laboratório de Estudos dos Domínios da Imagem na História - LEDI. Uma possibilidade de troca de experiências como esta em campo que vem se alargando no Brasil em diferentes áreas tem todos os seus méritos, estando os docentes do LEDI de parabéns por assumirem tal desafio. Esta é a primeira vez que participo. Assim sendo, minhas impressoes do evento nao permitem uma perspectiva comparativa entre as duas ediçoes. Tampouco desejo aqui pormenorizar tudo o que lá foi apresentado e discutido, o que seria inviável. Deixo aqui apenas minha mirada. O evento abriu com a conferência de Maria Cristina Boixadós que apresentou seu trabalho sobre imagens fotográficas da cidade argentina de Córdoba; passou por uma panorâmica de diferentes óticas na abordagem das imagens - enfocando a semiótica, a antropologia visual e as relaçoes entre imagem e história política; seguiu com a competente conferência de Ana Maria Mauad sobre as relaçoes entre ver e conhecer, entre os regimes visuais e a produçao de conhecimento e os sentido da história; continuou com a mesa-redonda sobre imagens urbanas e, finalmente, encerrou com a conferência de Jens Baungarten que traçou brilhante análise transhistórica relacionando as imagens das encenaçoes nazistas no III Reich com a imagética litúrgica produzida pela Contra-Reforma em Roma. Do meu ponto de vista esta última conferência encerrou com chave de ouro o evento. Certamente nem todos irao concordar com minha perspectiva, o que, diga-se de passagem, é bastante salutar em evento como este. Por mais próximos que estivessem os participantes no que se refere às investigaçoes sobre as imagens, os distanciamentos estavam colocados nas diferentes abordagens metodológicas, nas temáticas problematizadas, nas perspectivas disciplinares. Essa talvez seja a maior riqueza de um encontro como este: reunir historiadores, cientistas políticos, historiadores da arte, arquitetos, arquivistas, entre outras áreas,num cruzamento de olhares sobre os domínios da imagem. Qualquer evento científico vai-se construindo ao longo de suas diversas realizaçoes. Assim, no sentido de tornar o Eneimagem cada vez mais atrativo aos pesquisadores brasileiros da imagem, faço aqui algumas sugestoes, algumas delas surgidas no bate-papo dos corredores e da hora do café. O formato de Simpósios Temáticos propostos por dois coordenadores de instituiçoes diferentes (a exemplo do Encontro Nacional da ANPUH)pode ser uma aternativa interessante para reunir um maior número de comunicaçoes a partir de determinadas afinidades. Isso evitaria a pulverizaçao de sessoes de comunicaçoes versando sobre perspectivas aproximadas ocorrendo em mesmo horário, o que levou no evento a um baixo número de pessoas assistindo aos trabalhos apresentados e a uma certa insatisfaçao pela impossibilidade de se assistir sessoes correlatas que poderiam estar reunidas em mesmo local. Corrijam-me, se estiver enganada, mas muitas vezes o que levamos de um encontro como esse, entre outras coisas, é a oportunidade de tomarmos conhecimento com os trabalhos em desenvolvimento em diversas regioes do Brasil, quase sempre apresentados sob forma de comunicaçoes. Valeria a pena valorizar esse espaço! Fugindo, mas nem tanto, do âmbito do evento tive a oportunidade de ser conduzida, juntamente com Maria Cristina Boixadós e Elisabete Leal, pela diretora do Museu Histórico de Londrina Angelita Marques Visalli àquela instituiçao. Além de conhecer a bela edificaçao da antiga estaçao ferroviária, percorrer os espaços expositivos, tivemos oportunidade de observar o trabalho cuidadoso que está sendo realizado na conservaçao do acervo fotográfico, com apoio da FUNARTE. Assim, gostaria de sugerir que o evento passasse a contemplar a realizaçao de roteiros culturais como este na cidade. Afinal de contas, visitar os museus e mesmo a cidade é tomar contato com a cultura visual de Londrina, daí sua pertinência. Perdoem-me a liberdade de estar tecendo essas consideraçoes neste espaço. Longe de ser uma crítica à organizaçao do evento, move-me um desejo de que o ENEIMAGEM seja cada vez melhor, tornando-se o grande fórum dos pesquisadores brasileiros da imagem.Zita Possamaihttp://www.blogger.com/profile/00478826433675479974noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3046519921166760787.post-16422114820626578492009-04-29T17:23:00.000-07:002009-04-29T17:50:27.114-07:00VII Semana de Museus da USPMais uma vez tenho a alegria de participar da Semana de Museus da USP. Este, sem dúvida, é um dos fóruns brasileiros mais qualificados de debate sobre as problemáticas ligadas aos museus. Como sempre, a organização competentíssima da equipe de representantes dos cinco museus da USP. O tema não poderia ser mais instigante: o museu na cidade, a cidade no museu. A meu ver, dois pontos altos. O primeiro, a palestra de Gabi Dolff-Bonekämper sobre a Ilha dos Museus de Berlim e suas transformações no pós-guerra e pós-queda do muro. Gabi falou de "perda e partilha" num contexto de deslocamento e rearranjo de coleções separadas pelo muro. O segundo ponto foi a palestra do Professor Ulpiano Bezerra de Meneses, uma das mentes mais brilhantes da intelectualidade brasileira. Escuto Ulpiano há vinte anos e suas abordagens são sempre de autosuperação. Jamais se repete, apenas reafirma princípios alicerçados em várias anos de docência e trabalho nos museus. Sua palestra discorreu sobre a problemática central do evento, abordando a presença da cidade marginal no museu de cidade. Guiou seus ouvintes num itinerário de reflexão sobre os museus de favela (alguns já com algumas décadas), hoje tão em voga no Rio de Janeiro e suas diversas apropriações, seja pelo turismo, seja por seus moradores. O evento ainda conta com "debates", onde apenas um conferencista discorre sobre uma temática, debatida por um interlocutor e também pelo público. A palestra de Marcelo Mattos Araujo sobre as pesquisas do não-público da Pinacoteca do Estado de São Paulo lançou várias indagações e desafios aos museus. Para o museu interessa saber não apenas quem é seu público visitante, mas também quem não o visita. Como se tudo isso nao fosse suficiente, os organizadores abrem, democraticamente, espaço para comunicadores. Nesse momento, descortina-se a variedade de regiões brasileiras aqui representada. De Norte a Sul, de Belém do Pará a Porto Alegre são muitos e diversos os sotaques. Isso, claro, sem contar as conversas animadas de corredor, na hora do café e do almoço, onde a troca de ideias toma conta do cenário. Ainda nem terminou, mas já estou querendo voltar para a próxima, em 2011.Zita Possamaihttp://www.blogger.com/profile/00478826433675479974noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3046519921166760787.post-43162364112634556872009-04-29T17:09:00.000-07:002009-04-29T17:22:19.462-07:00Personagens do Centro de Porto Alegre<a href="http://3.bp.blogspot.com/_v82yu5VOzg8/SfjsgM5ICII/AAAAAAAAADI/ohRvvERD2_E/s1600-h/Caco_3493.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5330270196953778306" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 208px" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_v82yu5VOzg8/SfjsgM5ICII/AAAAAAAAADI/ohRvvERD2_E/s320/Caco_3493.jpg" border="0" /></a><br />Pois é, a correria está grande, mas, na medida do possível, passo por aqui para deixar alguma novidade. Esta é recém-saída do forno.<br />Na última semana foram lançados os produtos resultantes do Projeto Personagens do Centro de Porto Alegre. Orgulho-me de ter dado o pontapé inicial dessa ideia que Vitor Ortiz, Elisabete Leal, Alice Bemvenutti e Naida Meneses transformaram num projeto de pesquisa participativo com os moradores do centro da cidade e que gerou oficinas e um jogo educativo. Eu e Lucca (meu filho de quase 7 anos) nos divertimos, traçando itinerários pelo centro de Porto Alegre, (re)conhecendo os personagens e aprendendo sobre a cultura, a história e o patrimônio. As escolas receberão os kits e poderão desenvolver atividades com seus alunos. Transcrevo o texto de divulgação detalhando o projeto, mas deixo aqui um grande PARABÉNS aos realizadores.<br /><br /> O Projeto *Personagens do Centro de Porto Alegre*, idealizado pelo Instituto> Hominus em parceria com o Espaço Cultural do Sindicato dos Bancários, lança> no dia 23 de abril seu kit educativo, composto por uma revista, um jogo e um> documentário audiovisual. A iniciativa foi contemplada em concurso nacional> promovido pela UNESCO, IPHAN e Ministério da Cultura que visava estimular> atividades de educação patrimonial nas cidades onde acontecem investimentos> do Programa Monumenta.>> O tema *Personagens do Centro* foi desenvolvido através de um inventário> participativo e trabalhado em oficinas, das quais participaram dezenas de> moradores da região. Os encontros instigaram questões relacionadas aos> patrimônios material e imaterial do Centro e resultaram na elaboração de uma> listagem com 49 personagens. Entre estes estão figuras emblemáticas do> imaginário popular de Porto Alegre, como a Bronze, que deu nome ao Alto da> Bronze, Miguel KGB, Bataclã, Gilda Marinho, Odonne Greco, o Rei Momo Vicente> Rao, entre outras figuras ainda vivas, como o músico Zé da Folha, o último> Lambe-Lambe da Praça XV e o pixador Toniolo.>> O projeto promoveu também uma ampla pesquisa sobre estes personagens,> reunindo um farto material que serviu de base para a produção de um conjunto> educativo: um jogo que proporciona um contato lúdico dos estudantes com o> mapa do Centro de Porto Alegre; um *documentário audiovisual *reunindo> depoimentos de historiadores e cronistas sobre cinco destes personagens, e> uma *revista* que conta um pouco da história de cada um deles.>> O kit vai beneficiar 100 escolas da rede pública de Porto Alegre. “Trata-se> de um suporte inédito para que os professores possam trabalhar o tema do> Centro e do patrimônio cultural de Porto Alegre em sala de aula”, comenta o> coordenador do projeto, Vítor Ortiz.>> *KIT EDUCATIVO*>> *JOGO – *O jogo do projeto Personagens do Centro acontece sobre um tabuleiro> onde está impresso um mapa artístico estilizado do Centro da Capital, com> suas ruas, praças e principais monumentos. É um jogo de percurso com dados e> piões, onde podem jogar seis alunos de cada vez. No percurso, vão ocorrendo> vários momentos de interação entre os personagens desenhados pelo cartunista> Bier e as situações que normalmente se oportunizam no Centro, como ir a uma> velha barbearia, passear pela Rua da Praia ou fazer compras no Mercado> Público. O jogo foi criado e desenhado pela artista plástica e educadora> Alice Bemvenuti.>> *DOCUMENTÁRIO AUDIOVISUAL – *O documentário tem 30 minutos de duração e> reúne o depoimento de seis conhecedores do Centro: o historiador Sérgio da> Costa Franco, o professor Sérgius Gonzaga, o jornalista Wanderley Soares, o> jornalista Índio Vargas, e ainda Adalberto Castilhos e João Luiz Pinheiro> Machado. Este registro audiovisual recupera parte da história de cinco> personagens, todos já falecidos: A Bronze, Bataclã, Odone Greco, Teresinha> Morango e Qorpo Santo. O documentário foi dirigido pela jornalista Camila> Ali.>> *REVISTA – *A revista do kit Personagens do Centro tem 44 páginas e traz um> balanço social do projeto, com o registro da metodologia, de todas as etapas> de realização e ainda com um resumo das pesquisas sobre cada um personagens> relacionados. A distribuição é gratuita e vai acontecer no dia do> lançamento. As demais 500 revistas serão destinadas às escolas, às> bibliotecas e às instituições culturais do Centro.>> *Lançamento oficial do **Kit Educativo*>> Apresentação do Kit, exibição do documentário e entrega dos Kits educativos> para as escolas públicas> Quinta-feira, dia 23 de abril às 19h30> CineBancários - Rua General Câmara, 424 – Centro> Contatos: (51)3433-1204 / 3433-1205Zita Possamaihttp://www.blogger.com/profile/00478826433675479974noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3046519921166760787.post-91644922121816417212009-01-11T15:57:00.000-08:002009-01-11T16:17:55.883-08:00Exposição de Cartier Bresson no Brasil2009 será o ano da França no Brasil. É possível acompanhar a programação no site oficial, em<br /><a href="http://anodafrancanobrasil.cultura.gov.br/">http://anodafrancanobrasil.cultura.gov.br/</a><br /><br />Infelizmente quase tudo está programado para a região sudeste, exceto as apresentações que percorrerão várias cidades brasileiras. Acompanhei a inscrição dos projetos, que necessitavam de dois parceiros, um de cada país. Assim, se pouco há nas demais regiões, infelizmente, isso deve-se à falta de interesse ou de condições das mesmas em fazer parte dessa festa.<br /><br />Porto Alegre homenageará a França na Feira do Livro. Parabéns à Câmara do Livro, que se lembrou do país de Vitor Hugo. No entanto, isso não é novidade; sempre fazemos isso nas nossas feiras. Tomara que venha algo mais e esse algo mais bem que poderia ser a exposição de Cartier Bresson, prevista para São Paulo. Com esse marasmo cultural que estamos vivendo nos últimos anos, acho difícil. Quem puder ir a São Paulo, aproveite. Em todo caso, transcrevo abaixo a notícia na íntegra:<br /><br />"Publicado em 29 de dezembro de 2008<br />Exposição Henri Cartier-Bresson<br />Outubro a novembro no SESC São Paulo<br /><a class="thickbox" href="http://anodafrancanobrasil.cultura.gov.br/wp-content/uploads/2008/12/henri-cartier-bresson13.jpg"></a><br />A Fundação francesa Cartier Bresson em parceria com a empresa brasileira Escamilla promove uma exposição<br />Sidewalk Cafe, Boulevard Diderot, por Henri Cartier-Bresson<br />fotográfica com seleção de cerca de 130 das melhores obras de Cartier-Bresson, ampliadas sob a supervisão do curador Eder Chiodetto e oriundas da agência francesa Magnum Photos, criada por ele em 1947.<br />Haverá também o lançamento do livro “Henri Cartier-Bresson – Fotógrafo” pela editora Cosac Naify e um ciclo de debates denominado “O Momento Decisivo Hoje” que contará com a participação de especialistas franceses e brasileiros.<br />Exposição de fotografias em paralelo à mostra principal, com cerca de 30 fotografias trará trabalhos de fotógrafos que atuaram nas Revistas “O Cruzeiro” e “Realidade”, entre outras, tais como Flávio Damm, Thomaz Farkas, José Medeiros, Alécio de Andrade, German Lorca, etc. Distribuição de folders didáticos com explicação sobre a importância da obra do fotógrafo e reflexões sobre algumas de suas fotografias."Zita Possamaihttp://www.blogger.com/profile/00478826433675479974noreply@blogger.com1