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sábado, 19 de fevereiro de 2011

Bahia de Todos os Santos


Nossa estada em Salvador não podia ser melhor. Nada como ser hospedado pelos amigos e tè-los como cicerone, seja em que cidade for. Pois a avalanche de concursos públicos nas universidades federais brasileiras, levou uma amiga para a Bahia.

Tadinha, está lá, feliz da vida, a poucos metros da Praia da Barra. Nao poderia deixar de conferir se minha amiga estava bem.
Lá fomos nós!











Na primeira noite, Simone me levou para assistir Gerônimo, que se apresenta às terças-feiras na escadaria do Paço no Pelourinho. Era terça-feira de Santo Antonio e, na passagem, visitamos a Igreja do Carmo, onde finalizava uma missa ao som de percussões africanas. Só na Bahia!
Claro que comi acarajé. A iguaria está ficando muito sofisticada. Agora, tem camarão, giló e outras cositas no recheio. Além de saboroso, é uma paulada na fome.
















Dia 2 de fevereiro, dia de Iemanjá. Fomos todos ao Rio Vermelho, prestar homenagens à rainha das águas. Turista é bem assim. Nunca fui numa Festa de Navegantes em Porto Alegre. Mas, em Salvador, me meti no meio da muvuca pra deixar uma oferenda nas águas. Não é bem nas águas, pois os barqueiros é que conduzem nossos presentes para o fundo do mar. Fiquei preocupada com as quinquilharias que não são digeridas pela natureza.
No mesmo dia participamos de um Cururu, uma festa oferecida por Mauro, professor de italiano da UFBA. Mauro abre as portas de sua casa para os amigos e amigos de amigos, oferecendo comida baiana.



Reencontrei uma amiga querida, historiadora da UFBA. Lina nos brindou com passeios maravilhosos, regados a aulas de história. Privilégio para poucos. Visitamos várias cidades históricas nas imediações de Salvador: Santo Amaro, Sao Felix e Cachoeira.



Santo Amaro, terra de Caetano Veloso e Dona Canô, sua mãe.


Em São Felix conhecemos a fábrica semi-desativada de charutos Dannemann, trazida pelos alemães no auge da produção de tabaco. Hoje é um Centro Cultural que abriga a Bienal do Recôncavo. Ainda mantém uma pequena manufatura do charuto, onde é possível ver suas trabalhadoras confeccionando o dito cujo. É uma manufatura musealizada, onde as próprias operárias no seu fazer mostram como é produzido o charuto. Filha de ex-plantadores de fumo, achei o máximo. Pensei em meu pai e em como ele ia gostar de ver aquilo. Por mim, poderia ser apenas museu, sem a comercialização dessa droga que faz tanto mal à saúde e pode ser adquirida ali mesmo num balcão no fundo da fábrica.


No Centro Cultural conhecemos um professor de artes da UFBA que ministrava oficinas de gravura, tradição da Bahia. Já saberão por quê.


Atravessamos a ponte e voltamos à Cachoeira, segunda cidade histórica em importância, após Salvador. No almoço, o prato típico da região: maniçoba, um fervido de carne de sol e de fumeiro feito num caldo de folhas de mandioca. Como sabem, a folha da mandioca é venenosa. Para preparar a iguaria, estas são fervidas por cerca de uma semana. Resulta uma cor escura, entre o verde e o preto, de sabor bastante inusitado.


Seguimos o passeio, chegando à fundação Hansen Bahia, artista alemão que se radicou em Cachoeira e foi o responsável por difundir a xilogravura na região (http://www.fundacaohansenbahia.com.br/).

Meu relato continua em próxima postagem.



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