Mnemosyne é a deusa da memória, para os gregos. Da sua união com Zeus nasceram várias musas, entre elas Clio, a deusa da História. Este blog contempla um diálogo entre Clio e Mnemosyne. Memória, Patrimônio, Cidade, Cultura Visual, Fotografia, Educação, Museus são alguns dos temas objeto de discussão e divulgação. Além disso, traz atividades específicas aos estudantes de Educação à Distância da UFRGS.
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sexta-feira, 18 de maio de 2007
Brasil, eterno quilombo
Assisti ao documentário Brasil, eterno quilombo na programação do II Seminário local do Projeto Conexões de Saberes, coordenado pela minha querida colega da FACED Cida Bergamaschi. Após a exibição, seguiu-se um debate com o diretor Julio Ferreira. O título já diz quase tudo. O diretor mescla dois tipos de depoimentos de negros. Aqueles que alcançaram a formação em nível superior (advogados, médica, jornalista, educadores). Nesse grupo, nenhum cantor, cantora ou jogador de futebol. Todos os entrevistados, sem exceção, mostram as dificuldades que tiveram para estudar. Vários comentam as situações de racismo velado ao qual foram submetidos para poder cursar uma escola ou faculdade. No segundo grupo, negros sem formação, a maioria desempregados e desempregadas. Esse último grupo, conforme contou o diretor, é apenas uma pequena amostra de cerca de oitenta depoimentos coletados nas ruas do centro de Porto Alegre. Mas Julio não quis parar por aí. Temperou o quadro já trágico com as estatíticas que não deixam mentir sobre a situação do negro no Brasil. O resultado é um incômodo e triste quadro social e cultural. A platéia presente na Sala Redenção aceitou o desafio de debater o racismo, tema que se constitui em verdadeiro "estorvo". Foi muito interessante ver alguns presentes assumirem suas práticas racistas, forjadas até mesmo de modo insconsciente por nossa hipócrita sociedade. Outros apenas se remexiam nas cadeiras. Ninguém passou incólume! O vídeo, cuja origem foi a TV experimental da Unisinos, já ganhou 12 prêmios. Mas até na hora de ganhar um prêmio Julio conta que foi alvo de racismo. Ouviu sem querer "Como fomos perder para um...". Temos ainda muito que aprender. O documentário pode ser uma janela escancarada para motivar o debate desse tema espinhoso e pode ser acessado para reprodução e utilização em sala de aula para os educadores que o desejarem.
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